
Debaixo de uma mangueira copada brincava o menino,
cujos sonhos pequeninos não tinham bem uma definição.
Seus irmãos tinham partido
dando um novo sentido aquela geração.
Na rua, como diria o irmão Antoninho ,
de terra batida,
nenhuma bicicleta perdida
de segunda ou terceira mão.
Palitos de sorvetes, da calçada do único bar da cidade,
bar do seu Hermínio,
eram cuidadosamente armazenados.
Quando a quantidade de palanques, palitos, era suficiente,
o curral era montado.
E demorava tempo...
Porque poucas pessoas tomavam sorvete.
E antes mesmo que ele derretesse
havia uma criança olhando aquele palito.
Feito o curral imaginário, de palitos de sorvete,
ele era povoado do gado de mangas verdes ou maduras.
E o gado-manga desfilava na planura da mangueira...
E de brincadeira, naquele piquete, era vacinado.
Lá mesmo o gado era comercializado
com folhas, de feijão guandu, amareladas.
Eram crianças felizes,
sem nenhum brinquedo industrializado.
O tempo passou.
O menino cresceu com todas as realizações
que um ser humano sonhante e batalhador tem direito.
Os palitos de sorvetes viraram palanques de verdade,
o gado- manga virou gado da raça Nelore,
gado da raça Brahma...
E em importantes construções civis o menino
levou distante o nome da pequena terra.
Títulos recebidos!
Nesse momento, meu irmão querido,
eu estou aqui em um intervalo do meu labor,
sou ainda a Rosa, nome da mamãe, nome de flor.
Não estou sentada sob a mangueira copada
e nem o papai está na calçada,
lendo o único jornal vindo para a cidade.
Crescemos, eis a verdade!
CRESCEMOS...
LITERALMENTE CRESCEMOS!
E meu abraço, hoje ausente,
é de orgulho, muito orgulho de você.
Parabéns Zéca!
Com carinho e duas flores
Uma vinda lá do céu
Rosa e rosa de Fátima
Na foto- eu e meu irmão.