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domingo, 24 de julho de 2011

Davi da ponte

Ele não é um mendigo.
Só se abriga debaixo da ponte.
Seu horizonte é irrestrito,
ele vê o infinito na simplicidade.
Abandonou a cidade,
o emprego.
E em total desapego dos bens materiais vive.
Nada pede!
Dotado de conhecimentos
ele lê o jornal e diz da matéria onde foi o principal figurante.
Davi da ponte,
o iluminado pelas estrelas
e pelas noites enluaradas.
Por alimentos silvestres
e da pesca
alimentado.
Protegido dos perigos pela sua fiel companheira-
a cadela Belinha.
Ninguém ousa roubar sua solidão,
ele não precisa de companhia.
Fiquei lá por algum tempo,
conversando...
especulando...
Com vontade de voltar.
E voltarei!
Davi é um homem inteligente,
usa óculos de lentes de grau,
limpas!
Como limpa é sua alma.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Vômito e diarréia

( indigestão de palavras)

Não...
Não há mais tempo!
Por dentro corre a bola
de fogo que enrola
o alimento ingerido.
Tudo o que ele diz
é convertido
em vômito!
E mesmo que se tome água,
tentando facilitar a digestão,
a água ingerida é quente.
Provoca dores abdominais,
cólicas intestinais...
Diarréia!




Crédito da imagem- Google imagehttp://www.imagensdahora.com.br/imagens_fotos/337/chapadona_vomitando_no_lixo/

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Família estranha

Pobre corpo
pelo abandono castigado.
Coberto de estigmas!
Na cama queima o último alento
no esforço de sobreviver.
Não ensinou, aos filhos, o amor.
Eles nada sabem sobre o bem querer.
Não conseguem nem disfarçar...
cuidar... Proteger!
E quando tentam...
é por piedade compulsiva,
como se o cuidado permitisse
espiar velhas derrotas
e deveres não cumpridos.
Não sabem o sentido
de SER
FAMÍLIA.

sábado, 9 de julho de 2011

Escalada a dois

Quando ele sai
ela sai pela estrada.
Vai para uma enorme casa,
de afeto pintada.
As janelas descortinam
um imenso jardim.
De flores lindas, tão coloridas...
E ela pensa na escalada da vida
a dois
Escalaram tanto...
e depois...
ficaram lado a lado, simplesmente.
E da faixa andada, tão sonhada,
ensolarada e quente
rastros tristes... ausentes!
Ele buscou como um louco.
Na escalada de degraus,
culpando, ele buscou o topo.
Nunca, para ele, encontrado.
De onde estava olhava para trás
e encontrava uma porção de degraus desgastados.
Ele culpou... culpou... e culpou...
E continuou culpando!
Culpava como um louco.
E buscava o topo.... o topo...
(E ele já estava no topo!)
O topo... o topo...
O TOPO!
E naquele desespero imenso
sentia-se o cheiro de incenso
misturado a dor.
Era uma flor.
Murcha...
Caída...
Cansada...
DE SACO CHEIO!!!
da escalada.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Fantasmas


Você sai
e deixa sombras
que assombram!
Acordam a madrugada.
Tem formas densas,
tão pesadas...
Nem são brancas!
São escuras...
Como escuro é seu viver.
São tão apressadas...
Como apressa seus passos por querer.
Amordaçam!
Não deixam que o ar passe...
Oprimem!
E mesmo fechando todas as frestas...
Deprimem!

terça-feira, 5 de julho de 2011

A ilha




Li, certa vez, no livro A ilha de Aldous Huxley...
"Que, no país dos insanos, o homem perfeitamente integrado não se torna rei."
Foi assim que eu entendi parte de uma história.
Era uma vez uma ilha...
E, nela, existiam pássaros.
E existia um náufrago.