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quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Feliz 2009

Nesse ano mude o esquema.
Não deixe se corromper.
Nem se abater pelo sistema.

Faça da queda e alta da bolsa
Mais um poema.
E deixe a vida rolar.

Fale muito!
Tudo o que sente.
Se arrebente de, tanto, brincar.

Trabalhe; também é preciso!
Mas se já possui um abrigo...
Não precisa se matar de, tanto, trabalhar.
Só para mais ter e mais guardar.

E se, a vida anda chata.
Também não precisa se estressar.
Mude a rotina!
Dê a volta por cima e se, a vida ensina...
Não espere duras lições para mudar.

Calma...
Chega de, tanta, pressa e ansiedade.
Mas se, de alguém, sentir saudade...
Pode se apressar.

Corra de encontro!
A vida são, tantos, desencontros...
Vale a pena esse encontrar!

Não espere datas, nem dias marcados.
Dê presentes inesperados.
Surpreenda!

Não se renda as ofensas.
Não guarde rancores.
Alivie dores com o seu perdão.
Pelo sim, pelo não, peça desculpas!
Não atribua culpas, não se deixe culpar.
Assuma!

Nunca suma de um compromisso.
Ainda, existem regras a respeitar.
Respeite!
Só assim será respeitado.
Tenha metas, projetos elaborados.
E... calma!
Mas, se não conseguir manter a calma...
Corra e aconteça!
Apareça!

Vá em frente!
Um número muda e a vida...
Sempre, acontece.
Da maneira que aparece.
Alegre ou contente.
E se atrás vem gente...
Depende do que, da vida, quer.
Esteja preparado para o que vier.

Um brinde a vocês meus amigos queridos.
Ergo um cálice inebriante
De bebida transbordante em ternura.
Embebedem-se, pois, com um pouco da minha loucura.
Assim estaremos iguais.
Felizes nesse ano que se inicia.
Um brinde!
Tim tim
Fátima

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

O Natal agora é diferente





O Natal agora
é diferente.
Cheio de presentes!
A criançada saciada de brinquedos.

Sonhos desfeitos!
Com um Papai Noel vestido de defeitos
Injetando nos filhos de Deus
Valores que Ele não deu.

Muitos não sabem sobre o menino Jesus.
O símbolo da cruz onde Ele morreu
... E que Ele nasceu em Belém.

Histórias ficam perdidas.
Não interessam mais.
Quase a ninguém!

As estrelas guias seguem iluminando.
E os reis, os presentes vão ficando.
Caídos, sem sentido... Desembrulhados!
Jogados, quase com desdém.

Têm tantos, não interessam mais.
Quase mais nada
... A ninguém!

E, todo, aquele trabalho carinhoso...
De cada presente comprado.
Vai sendo jogado, fora!
E o Natal mais uma vez vai embora.

E eu corro até a janela... Aquela!
Olho distante um Natal passado.
No sapato, o capim amassado com aroma de flor.
Um pequeno presente recheado de carinho.
Não vinha sozinho; trazia, com ele, amor.

Saudades do meu Papai Noel.
Deve estar passeando de trenó no céu.
Com as mais belas renas.
Passou... Que pena!

Saudades!

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Feliz Natal

Neste Natal
Eu quero abraçar cada um de vocês.
Com o maior gesto de ternura.
E com a ilusão pura de um mundo melhor...
Desejo-lhes um 2009 mais justo e humano.
Cheio de planos!
Desejo que sonhem todos os sonhos.
E que, a maioria deles, vocês consigam realizar.
Desejo que sonhem sem medo de sonhar!
Que amem muito, sem medo de amar.
Que sejam arrojados.
Que façam algumas loucuras sem medo de errar.
E se houver necessidade de pedir perdão...
Que vocês não se envergonhem de tal atitude.
Que tenham muita saúde.
Que tenham trabalho para obter o alimento.
Que tenham discernimento para se alimentar.
E se, houver doença ou qualquer sofrimento ...
Que saibam suportar.
Que acordem sob a beleza de um sol nascente.
E que ao sol poente avaliem cada dia.
E que tenham, só, alegria nesse pensar.
E que, ao olharem para o firmamento...
consigam ver o brilho das estrelas.
E caso queiram tê-las...
Que saibam sonhar.

Nesse ano que se inicia...
Eu peço a Deus que estejam comigo.
Da vida o que vale é ter amigos.
E vocês são, todos, especiais!

Feliz Natal.
Feliz ano novo!
Com carinho

Fátima

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Natal verdadeiro

Na pequena cidade sonhos pequenos.
No batido terreno pequenas crianças.
Que não se cansam de, tanto, brincar.
Nenhum enfeite piscando!

Nem sobre elas pairando o consumismo.
A data traz o verdadeiro sentido.
Em um menino Jesus vestido
De alegria, amor e paz.

E o Natal...
Assim acontecia.
E o ano novo trazia
O que, hoje, não traz.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Karis


Seu sorriso é triste.
Mas, a tristeza ensina.
Que para os fortes chega.
E se faz divina.

Se eu fosse sua mãe eu não permitiria
Que fosse embora para voltar um dia.
Mas, ela, também é forte.
Luta com a vida, já lutou com a morte.

E nesse desprender, nesse deixar...
Na despedida espera o seu retornar.
No jardim da vida Deus lhe deu amores.
Já lhe deu espinhos e colherá flores.

Ele a fez formosa e, até, lhe deu uma rosa.
Que estará sempre presente.
Se motivo existe para estar triste...
Motivo existe para estar contente.

E se, algum motivo existe para ser feliz.
O motivo tem nome
Chama-se Karis.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Soneto rasgado

Gosto de imaginar uma voz rouca.
Para sentir na boca o gosto desejado.
Gosto de sentir o toque insentido.
Para sentir na pele o gosto do pecado.

Gosto de mergulhar meu olhar perdido.
Em um olhar nunca visto e assim sonhado.
Gosto de desejar desejos loucos...
Em um corpo desnudo, recatado.

Gosto de imaginar beijos indecentes...
E o imprudente no prudente
... Escandalizado!

Desejos, tão, bem trancados.
Que nesse soneto...
Trago rasgado.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Despertar de ternura

Ainda ouço seu último estertor.
E, com tal dor, lembro da morte.

Ouço a sua voz rouca e crepitante.
Vejo-o na janela com a r
espiração ofegante!

Se após a morte há o despertar...
Quero crer que, um dia, eu despertarei.
Nesse seu lugar!
Que, um dia, eu poderei bem lhe encontrar.

E, sendo assim, meu pai querido...
Sempre, crente e
destemida.
Que eu saiba morrer da vida
Toda, a minha loucura.

E permita-me Deus que eu viva
Ao desprender-me daqui.
Perdidos momentos de ternura.

7 de dezembro, de um ano muito distante, nascia um HOMEM que eu admiro até hoje- meu PAI.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Stevie Wonder - Happy Birthday

E VIVA A ROSA!

Soneto de Aniversário- Vinícius de Moraes

Passem-se dias, horas, meses, anos.
Amadureçam as ilusões da vida.
Prossiga ela sempre dividida.
Entre compensações e desenganos.

Faça-se a carne mais envilecida.
Diminuam os bens, cresçam os danos.
Vença o ideal de andar caminhos planos.
Melhor que levar tudo de vencida.

Queira-se antes ventura que aventura.
À medida que a têmpora embranquece.
E fica tenra a fibra que era dura.

E eu te direi: amiga minha, esquece…
Que grande é este amor meu de criatura.
Que vê envelhecer e não envelhece.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Maracutaia da gaia

Que maracutaia é essa que a gaia tem?
Diz que o tempo não leva desaforo de nada. De ninguém!
Tudo muda com o tal tempo.
E a minha freqüência cardíaca também!

Ah, gaia... Gaia! Que maracutaia é essa?
Que apressa e faz-me apressar?
As marcas do tempo estão em mim.
Não adianta negar!

Sei o quão é poderosa.
Se sua freqüência muda, muda a da rosa!
Ah, gaia... Gaia!
Que maracutaia é essa de o tempo apressar?

Da rosa, sou folha ao vento.
Não encurte o meu tempo...
Deixe- me voar...

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Bom dia!

Estou aqui bem no Horizonte.
Não bloqueie o sol...
Nasce no leste, sabia?
Todos os dias... Todos!
Vou caminhar, eu p
osso vê-lo nascer.
As estrêlas já se foram por querer.

Acordei e estou saindo, agora, do hospício.
Vou de encontro ao sol, diz ser solstício.
Não sei.
É quase dezembro, se não for... falta pouco!
Vou correndo antes que algum louco
Acabe com ele também.

E não haverá brilho para mim.
Nem para ninguém!
Ouço pássaros...
Ouçam!
Eles me levam a algumas quimeras desejadas.
Vou caminhar sentindo a força do sol.
Para continuar me amando e ser amada.

Pela vida eu já sou abençoada!
Que mais posso querer?
Nada... Mais nada!
Só preciso correr.
Tem um louco querendo o meu sol esconder.
Bom dia!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Minha estranha loucura

O encontro

Não deixe que a façam de louca.
E nem que sua boca o amor profane.
Se, não sabem amar... Ame!
Ame... Ame muito e não reclame!

Até o dia em que as desilusões chegarem.
E você olhar para todos os lugares...
E não se encontrar.
Sente que enlouqueceu.

Não se desespere!
Calma, espere, comece a se procurar.
Nesse momento, eu lamento...
Mas, a chamarão de louca.

Não abre a boca!
Deixe... deixe...
E, mais uma vez, não se queixe.
O melhor da vida é se encontrar.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

O circo

Era um circo.
E eu nem sabia.
Para participar da alegria
Entrei.
Participei da estréia.
Virei platéia...
Bati palmas...
Num misto de incredibilidade
e encantamento...
Eu me envolvi.

Achei, tanta, graça...
Tanta, graça...
Mas, tanta, graça!
Que virei palhaça!
Nunca mais saí.
E no circo...
Eu vivi.
E, nele, eu morri.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Rosa- dos- ventos


Quanto mais eu envelheço.
Quanto mais pareço, da vida, dispersar.
Ao tempo, nesse tempo, eu tento me agarrar.

Embora o tempo passe de forma, tão, breve...
Prometo deixar que me leve
Quando for o momento.

Serei a rosa- dos - ventos nos braços da morte.
Se eu tiver sorte, em sonhos, eu voarei.
E como rosa, no jardim do Horizonte, eu brotarei.

E para essa roda da vida, nessa roda gigante...
Nesse tempo gritante de loucura e brincadeira...
Retornarei na ventania ou na poeira.

E no silencio da madrugada...
Serei um sopro do que fui em vida.
Um pouco de tudo e, muito, do nada.

sábado, 22 de novembro de 2008

Análise






E eu estava, lá,
diante de Freud
E, na análise, eu o enlouquecia.
Perdida em momentos de euforia
e tristezas incausadas.
Deitada sobre almofadas eu dizia:
-Sou um pequeno ser vivente nessa terra...
A ciência encerra o meu ser de forma precisa.
Cisma em dizer que descendo de bactérias.
Outros dizem que sou matéria.
E eu aprendi que sou resultante do amor.
E por falar em amor, abomino a desigualdade, a injustiça.
O desamor a qualquer preço!
Sou o avesso do mundo, a alegria.
E se, em meus dias, eu rio e choro...
É por que sei que, entre a vida e a morte,
sou meteoro.

Gostaria de viver de forma intensa.
Nada, além daqui, compensa.
Pois, tudo, é incerto!
Sei que no momento certo, eu partirei.
Das crenças me falaram, ensinaram!
Sim, eu sei!
Mas,do que eu aprendi...
Algumas coisas não tenho mais, tanta, certeza!
Vivo a beleza, aqui, de meus dias.
Com minhas tristezas e minhas alegrias.
Mais nada!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Perdidas ilusões

Não me chame de amor
Nem de meu bem.
Se o querer bem é ser assim.
Afaste de mim o seu querer.

Se sofrer é o que fascina.
Pensa que ama!
Não sabe amar... Amor não domina.
Não domina nada!

Não sabe nada... Nada, mais sabe!
E nem percebe que nada mais quero.
Que nada mais espero.
Tamanha dor!

Nem mesmo a flor que, tanto, amo.
Nem mais a quero, nem a reclamo.
Não quero nada, não sou mais nada!
Eu não sou sua!

Sei lá se fui.
Se, fui um dia!
Tamanha dor, minha agonia.
Sou de ninguém!

Vou mais além!
O que pensa que viveu...
E se, pensa que eu vivi...
Morreu... Morri!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Encontro de turma






30 anos!
Quase uma vida.
E, a cada despedida,
a certeza de um novo encontro.
De repente o tempo corre.
E na ânsia de não nos perdermos, agarramos o passado.
Nunca estive tão perto de vocês!

É como se me agarrasse a um tempo perdido.
De volta ao passado resgatando, da vida, o sentido.
E em todos os meus discursos, dos encontros, eu digo:
EU DEVERIA TER APROVEITADO MAIS !
Deveria ter feito farra, ter ido mais ao diretório.
Com o tempo eu percebi que é tudo, muito, transitório.

A menina centrada, estudiosa...
Para alguns de vocês, ainda, a mesma Rosa...
Hoje, encontra-se saudosa desses tempos idos.
Sei que, nada, foi perdido!

Hoje, eu sou a profissional respeitada.
Meio doida e um pouco engraçada.
Mas, com a certeza de que, da vida, não se leva nada!
O que realmente conta é a amizade, a lealdade...
E os revejo, sempre, com ternura e muita saudade.

Vivi, nesses dias, momentos maravilhosos.
E percebi que estamos, todos, muito saudosos.
Mais ou menos iguais!
A história é muito parecida, nem menos, nem mais!

Todos com os mesmos anseios, os mesmos receios.
As mesmas angústias e medos, a mesma certeza:
ENVELHECEMOS!
Ficamos mais esquecidos...
Alguns não apareceram, doentes, deprimidos...

Lembrei de duas pessoas em meu breve discurso.
E deixo, aqui, duas linhas para a saudade:
Maria Devanir
Tamanduá

Em algum lugar, de paz, hão de estar.
Nesse ponto no infinito, um dia, todos nós iremos nos encontrar.
... Não chorem!
Mas, esse encontro, nesse ponto...
Espero que demore!

Com carinho, em nome da nossa turma de Odontologia da Unesp de Araraquara.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Schubert - Serenade

Chuva rosa



Chove e a chuva me envolve.
Magicamente, ela me leva a um lugar
Onde, ainda, lembro e sinto o cheiro
daquela terra molhada.
Que se desfazia em barro,
a escorregar pela calçada.

E a enxurrada...
desembocava em um riacho.
E, hoje, acho que ouço a sua voz,
enérgica e brincalhona.
Corajosa!
Cuidado com a enchente!
- Dizia a mamãe Rosa.

E a chuva caía...
e a gente se escondia no perigo.
Não havia abrigo para a molecada.
Que, na chuvarada, brincava nas águas sujas da enxurrada.

Saudades dessa chuva envolvente.
Hoje, no mormaço quente
do asfalto, ainda, sinto o cheiro bom da nossa terra molhada.
Agora a chuva cai.
Fico calada!
Sei que, nela, você está.

Seja em forma de gotas milagrosas...
Seja como um anjo...
Como Rosa...
Eu sinto a sua presença!

Sei que, nela, está a me falar de amor, perdão...
Nada de mágoas!
E, nessas águas, envolvida por você eu vou.
Para sempre.
Com o seu amor.

sábado, 8 de novembro de 2008

Anjos meus

Gostaria de estar aí, fiquei dividida!
Como esquecer os valores que me ensinaram na vida?
Minhas tias!
Não poderia deixá-las.

A tia Anália, tia Linda, que graça!
Quando elas passam fito-as bem.
Fico imaginando que a vida vai muito...
Muito além do que se vê.
Fico tentando entender o que faz um ser humano ser assim.
Ser anjo, como elas, está muito distante de mim.

Vou curti-las enquanto eu puder.
Por quanto mais tempo eu terei esse presente?
Com elas, para elas, não haverá meu triste lamento.
Estarei por perto!
Porque sei que, no momento certo, tudo irá acabar.
Aqui, eu deverei estar.
E, desta vez, eu estarei.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Dia de campo

Em um lugar lindo... elevado!
Entrecortado por verdes vales
Nele, encaixado.
Trago guardado, em minha memória, maluquices!
Das nossas risadas... criancices!
Boas lembranças de um dia de campo.

Sei lá, quais foram as suas expectativas.
Se movido pelo encanto desse lugar,
de, tantas, promessas...
Sem pressa, mas inteligente.
Em um mundo diferente, você pôs-se a aventurar.
Corajoso, saiu do pequeno lugar!
Deixou um canto pequeno
E em outro plano terreno...
Sonhos seus, talvez, a concretizar.

Engraçado...
Ou, das graças da mamãe o provedor.
O produtor do feijão nosso de cada dia.
E, hoje, no seu dia... Mais um dia de campo!
E eu fico, aqui, no meu canto .... Sozinha!
Opção minha. Vôo a um lugar alto
Nesse planalto eu, também, posso voar
... Sonho!
Por isso eu fiquei.
Preciso trabalhar!

Acredito que, ainda, tenho bons motivos para sonhar.
Quero estar com você o ano que vem
Não conte para o Lindo, para ninguém!
Esse é um sonho meu.
Seu aniversário, ano que vem no Leste Europeu!
Vamos?
Fechado!

Zéca parabéns!
Saudades do ano passado: Buda’s bar...
Valeu! E, o Lindo perdeu
... Azar!
Posso confessar uma coisa?
Acho que, hoje, vou chorar.
( Estou chorando! )

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Descansarei em paz

Quando eu morrer.
Enterrem o meu corpo.
E revejam meu escrito.
E se louca fui, falem!
Eu permito.

Mas, se vocês lerem bem...
Verão que, também, têm.
Um pouco da minha loucura.

E diante da minha sepultura...
Peço que lembrem o meu poema.
E, na despedida, usem como tema.
Minhas inúteis palavras.

E se, durante a minha vida,
eu não soube bem usá-las.
Que faça uso, delas, alguém.
Que, em mim, saiba jogá-las.

Descansarei em paz.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Quando eu morrer

Sorrio!
Sorrio por tudo e choro por nada.
E se choro e rio, as vezes, sou censurada.

Escancarada, doida varrida!
E se viver pela vida é seriedade...
Meu Deus, que palhaçada é essa falsa verdade!

Vi seres sérios escondidos.
Vi seres polidos safados.
Descobri segredos terríveis guardados.

Rio pela vida afora.
E quando eu for embora...
Quero que falem e riem de mim.


E, sendo assim, eu quero flores. Muitas delas!
Que toquem, do nosso Brasil, a aquarela.
E que me levem a cova escura,
balançando com ternura.

E sobre a minha sepultura...
Quero que escrevam bem grande:
AQUI JAZ UMA LOUCURA.

domingo, 2 de novembro de 2008

Dia de finados




Restos mortais descansam
Onde vivos não cansam de, tanto, perturbar.
Constroem verdadeiros monumentos.
Enfeitam e, quase, incendeiam.
De, tanta, vela queimar.

Não quero velas, nem nada!
Eu quero sossego nessa morada.
Caso queiram, flores podem plantar.
Em um jardim de paz eu quero estar.

E nem precisa muita reza!
Um ser que se preza, nessa terra, planta.
E, quando parte, com Jesus descansa.
Na alegria que a colheita, no paraíso, traz.
E em plenitude, com Ele, vive

Em um reino de glória e paz.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Casa de pau-a-pique


Era uma casa de pau- a- pique
Que de pique não tinha nada.
Era uma correria
Quando vinha a chuvarada.

Baldes, panelas e bacias faziam a alegria
Na casa de pau, com a moçada.
Não tinha pique!
Mas, tinha água!

Já que pique não existia.
A panela de metal emitia o som da gota d’água:
Tóc, tóc, tóc...
E o cheiro de reboque, com a chuva, exalava.

Era uma casa de pau, bambu e barro!
Casa de pau- a- pique chamada.
Mas, de pique...
Não tinha nada!

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Ensaio Sobre a Cegueira

Li e senti certa semelhança entre A Peste de Albert Camus e Ensaio Sobre a Cegueira de José Saramago. A verdade é que, os dois envolvem uma situação caótica da população. Um, a epidemia da peste e o outro, a da cegueira, respectivamente.
Eu, particularmente, acho difícil ler Saramago, habitualmente ele não nomina personagens, nem lugares. Mas, vale a pena lê-lo, basta acompanha-lo com atenção, o que às vezes, é difícil.
Bem, a verdade é que, todos ficam cegos em Ensaio Sobre a Cegueira, exceto a " mulher do médico " (O nome? Rs...). Eles são levados a um manicômio, por ordem pública e ficam em quarentena. Ela acompanha o marido, alegando estar cega também. Lá, ela permanece, enxergando! Inicialmente ninguém sabe disso, só o marido. Ela acaba sendo luz e guia a todos. Entre tantas outras lições, o fato dela enxergar onde só há cegos é questionante.
No final, como em muitos outros pontos, me emocionei. Leiam!
A luta pela sobrevivência, o descaso de ordem publica, o ser humano em si... é algo para se pensar. Fiquei imaginando o que ocorreria, caso acontecesse algo assim.
Como agiriam nossos governantes? Deixariam com que ficássemos isolados, em quarentena? E, alheios ao fato, todos cegariam também?
Ou será que já estamos em quarentena?
Interessante...

A sensação é triste, angustiante e pensante.
Senti a presença forte das mulheres nesse livro.
A luta pela sobrevivência, ali, é muito forte. C
omovente!
Tem uma parte, que os homens tentam impedir que as mulheres aceitem a condição imposta, por outro pavilhão, para adquirir alimento. Eles falam em dignidade, honra!
Ah! Quanta dignidade, honra masculina. Sei lá, quanta, honra!
Com dignidade extrema, Saramago mostra a sensibilidade, a coragem , a força e a honra feminina. Mostra que a honra está além desses pensares.
Abrindo parênteses, em A Peste- de Camus, ele passa a maior parte do tempo com personagens masculinos, às mulheres são citações mais rápidas. Mas, tudo bem, a intenção, o teor pareceu-me ser o mesmo.

Sei pouquíssimo, quase nada. Mas, sei que, Saramago quis e foi muito além de minhas meras deduções. Essa noite, mal dormi! Pus-me a pensar, quero saber mais, tirar reais lições deles: Camus e Saramago- Peste e Cegueira.
Que peste é essa que cega?
Cegueira branca... É, pode ser!
Enxergando de maneira cega.
Talvez pela incompreensão político-social. De minha parte, sim.
Quanto mais tento entender, menos consigo, sei que nada sei-Fátima Socrática.
O horizonte se abre e intensa luz branca ofusca a minha visão e eu luto para enxergar melhor.
Saio da quarentena, e diretamente do manicômio da Maraláxia, diante de meus inoperantes ais, digo-lhes: Leiam!
Leiam os dois livros! E tirem suas conclusões.
É algo a se pensar, vale a pena!
Com carinho...

De uma ceguinha que luta desempestuosamente, na tentativa de enxergar melhor.

sábado, 25 de outubro de 2008

Dia do dentista

Voar em céu de boca e tatear palatos ogivais.
Com sorrisos magistrais passear pelos dentes.
E flutuar contente pelos freios.
E se no meio encontrar diastemas... Sem problemas!
Seguir pelas arcadas

E dar belas mergulhadas em um mar salivante.
Cair fundo no assoalho de boca

E, com doçura, olhar a postura da língua.
Se colocar os dentes em uma embarcação...

Cuidado com a ancoragem!
Íntegros, tem que seguir viagem.
A amarra não pode romper,
nem se soltar.
Não podem naufragar!
Depois, sair para um balanço na comissura labial.
Passando pelo perfil e pelo frontal.


Com a higiene oral desassossegar.
Analisar os músculos zigomático, o bucinador...
Avaliar qualquer queixa ou dor.

No ângulo queixo – pescoço, uma parada!
Para descansar e dar risada.


Nesse céu não vale para-quedistas.
Nem dentistas boiando no assoalho de boca.
Coisa boa e louca é essa viagem com sabedoria.
Com alegria, o viajante aquieta o boquiaberto.
E se, preciso, faz perder o juízo(ciso).

Foi assim, sonhando, q
ue iniciei essa caminhada.
Estudei muito!

Não consegui mais parar.
Coloquei nesse finito céu, a infinita vontade de te encontrar.
Deus te interrompeu cedinho.

Fiquei à beira do caminho.
Eu segui tua viagem!
Segui por nós dois, por todos nós.
Parabéns pelo nosso dia Pai e obrigada!

Obrigada mesmo!

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Espelho, espelho meu

Meu Deus, que coisa feia!
Essas marcas que em minha face rodeia.
Será que não poderei mais olhar o espelho?

O cabelo eu disfarço!
A tintura esconde os fios dourados.
Mas, os traços t
ão marcados...

Eu envelheci!

E eu, ainda, nem cresci!
Aqui está a criança,
que não cansa de buscar.
Que fala, questiona e gosta tanto de brincar.

Que se alegra com pequenas descobertas.
Impetuosa e pela vida esperançosa.
Como se, ainda fosse o botão
a desabrochar em rosa.

Mas, quando olho o espelho...
Irônico, ele responde:
O botão está onde?

Ah... Rosa- rosa, ele resmunga.
Mostra a imagem, nele, refletida.
Uma rosa pálida, desbotada,
pelo tempo ressentida.

Foi-se o tempo do botão.
Da rosa são as pétalas.
Amassadas

... Ressequidas!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Te esperei

Esperei-te com a ânsia dos esquecidos.
Procurei-te pelas noites, madrugadas sem fim.
Perdi-te de mim.

Ah... como te procurei!
E procurando me encontrei
... Perdida!

Toquei, em mim, a ferida
... Hiperalgia!
Ouvi na solidão de meus dias
Melancólicos murmúrios.

Minh’ alma pura e desconsolada.
Sempre a procura de tudo, vaga.
Ninguém é de ninguém!
Os sonhos é que vão além... do nada!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Vulcão rosa


Rocha rosa o calor derrama.
E a vida proclama, em chamas!
Um vulcão aquecido...
Que antes de ser arrefecido
Surge em luzes e cores r
esplandecido.

Escandaliza!

E esfria como rocha magmática.
Enigmática, arredia.
Rocha temerosa, sempre casta, rosa.

Apagam, em mar de lágrimas, as lavas vulcânicas.
E a rocha rosa submerge, em águas profundas...
Salgadas... oceânicas!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

O caramujo e o cisne



Era uma vez um caramujo...
Que vivia sujo
e fazia corpo mole.
Em dias de chuva ou sol
Ele vivia enrolado em caracol.

Um dia, ele resolveu se aventurar.
Saiu pelo mundo!
Levou, com ele, a casa nas costas.
Para, do inimigo, se abrigar.

Andou pelas estradas, subiu em árvores.
Passeou em jardins, comeu flores e frutos.
Encontrou um caramujo e começou a conversar.

Gosminha pra cá, gosminha pra lá...
E foi encostando ao outro o poro genital.
Virou de costas!
Deixando exp
osta a casa no quintal.
Acabou a alegria da viagem.
Quando, de sacanagem, apareceu o sal.
Uma superdose!
E seus sonhos desintegraram por osmose.

Era uma vez um caramujo... Dois caramujos...
Muitos caramujos!
Em um lindo quintal.
E um cisne...de nome sal!

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

O profeta


"Uma mulher que carregava o filho nos braços disse:
Fala-nos dos filhos.
E ele falou:
Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma. Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos.
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles,
mas não procureis fazê-los como vós.
Porque a vida não anda para trás
e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados
como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito
e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
pois assim como ele ama a flecha que voa,
ama também o arco que permanece estável."

Do livro- O profeta de Gibran Khalil Gibran

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

O pai da noiva



Sei que as emoções não serão poucas.
Do tremular da boca às lágrimas incontidas
Sentirá na pele o teor da vida
Quando, ao altar, sua filha conduzir.
E ao tentar sorrir, eu sei que irá chorar.
Chore!

E, ao noivo, a entregue.
E se, um dia, for preciso acolha-a.
E no colo, mais uma vez, a carregue.
Sempre, será sua menina querida.

Sei que pensará na vida, nos sonhos desfeitos.
Todo pai tem o direito de se preocupar.
Ame!
Mesmo que lágrimas derramem...
Erga as mãos na hora do Pai nosso.
E se, os filhos não são nossos...
Agora, outro homem ela irá acompanhar.

Tente sorrir!
Será difícil controlar.
Então, chore... chore muito!
Todo pai tem o direito de chorar.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

A queda da bolsa

A bolsa cai!
E eu a seguro.
Procuro no escuro pertence algum.
Dano nenhum!
O batom, o brilho, o celular...
Tudo no mesmo lugar!

Louvo a Santa Polônia.
E, com parcimônia, revejo o atual tempo.
E nem lamento a queda da bolsa.
Pouco me importa!

A Inês já esteve morta em queda anterior.
Posso compor poemas do G20 aos pontos Gs.
E, mais uma vez, esse ponto aproveitar.

Por ora, não é permitido!

Tudo é contido para economizar.

Seguro a bolsa, a mala, a sacola...
Seguro o
G, vou embora.
Preciso trabalhar!

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

CAMINHANDO E CANTANDO

Um prefeito no Horizonte

Ainda sonho com um mundo mais justo e humano.
E, por sonhá-lo melhor, manifesto meu desejo indo às urnas. Algumas vezes, nossas escolhas não conferem com a da maioria. Sim, eu sei!
Mas, é importante que as façamos!
O poder é conferido ao soberano pelo povo, sendo assim...

O SOBERANO É O PRÓPRIO POVO!
Infelizmente, alguns soberanos chegam ao poder e na ânsia do mais ter, às vezes, esquecem a finalidade do posto galgado. Mesmo assim, lá vou eu!
Já dizia Tomas Hobbes: “É tendência geral de todo homem um perpétuo e irrequieto desejo de poder e mais poder que cessa só com a morte”.
Mas, eu espero que o egoísmo, a vaidade e as paixões, que são próprias desses seres, sejam controladas.
É impossível viver quando os nossos desejos, nossos sonhos chegam ao fim.
Moro em um lugar onde o próprio nome inspira sonhos e no governo anterior, parte deles, já foram realizados.
Não dá para ignorar os problemas sociais e políticos que nos cercam, de maneira que, buscamos o melhor.
E, aqui, venceu uma pessoa justa e humana.
Ao olhar o prefeito eleito, lembro de " A República de Platão"- quando ele diz que, as próprias formas de governo são vistas como reflexos das formas da alma humana. O Estado idealizado, por ele, tem a ver com a alma humana, com a justiça em si. Ele acredita no modelador de almas, no educador e pastor dos homens. Ele, ainda, diz:

"A formação da alma move o Estado e, portanto, o sentido do Estado é a educação."
Estamos salvos!
O nosso prefeito é pura alma em VIDA.

Sabemos que, não colocará o Poder de forma antagônica aos interesses do Horizonte, ele tem um compromisso ético e moral com essa terra. Ele é essa terra!
É uma boa alma, não precisou e nem precisará lançar mão de discursos vazios e nem colocará interesses particulares acima dos interesses do universo comum. Acima desse nosso Horizonte! Caminharemos, todos, juntos na realização dos sonhos dessa terra, Sr. Antonio. Tenho certeza!
Parabéns, nós já sabíamos!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

A vingança

Carneiros...
carneirinhos...

Já que,
não me fizeram dormir...


domingo, 5 de outubro de 2008

Carneirinhos meus












É preciso mesmo dormir?
A ansiedade não deixa.
A minha queixa é contra o sono.
Sinto o abandono quando deito.
E não aceito a minha cama.

Hora de dormir e e
la me chama.
O travesseiro pede que o abrace.
E que o meu cabelo o enlace.
E ele me acaricia...
No aconchego do lençol rola o meu corpo.
Ansioso por chegar o dia.

Para que dormir?

Afundo meu rosto com fúria ao travesseiro.
Se é preciso dormir...
Quero dormir boquiaberta e babá-lo inteiro.
Preciso descansar, entregar-me ao inconsciente.
E de repente vejo carneirinhos...
Um a um
... E mais um!
Dois, três, quatro, cinco, seis
... Cem!

Chega de carneiros, cabras, veados!
Raios que os partam!
Conto até cercas que eles estragam.
Pulam, procriam!
E crescem de forma desordenada...
E o sono... nada!

Nova contagem...
Pura bobagem, besteira.
Levanto com olheiras.
Carneiros?
Um milheiro!
E o sono não veio.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Ventania

Não sabia de onde vinha.
Nem como soprava, chegava!
Fazia o arrastão.
Levava lima e limão.
Desfolhava!

Com efeitos devastadores
Carregou do jardim as flores.
Derrubou o pé de romã.
Deitou ao chão as folhas da hortelã.

A salsinha e a cebolinha foram arrancadas.
E de mãos dadas sumiram em pleno choro.
Levando com elas as pequenas folhas de loro.

Sobrou a forte jaqueira.
Que, de zueira, se vangloriava de não ter fruto.
Enquanto a jabuticabeira de luto...
Despedia-se de suas bolinhas negras, que corriam a céu aberto.
E quem passasse por perto lastimava.

O vento não cessava
Violentamente soprava.
E o homem desesperado gritava por clemência.
E o vento indiferente cantava...
Dançando, de acordo com a
desumana regência.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Imagens de dias risonhos

Imagens de dias risonhos.
Um dia, elas serão sombras em nossos
sonhos.
Cenas em um cenário de saudades.
E desses momentos de felicidades
Teremos vagas lembranças.

Como crianças...
Seremos felizes personagens perdidos no tempo.
E com passos lentos, emudecidos...
Vagaremos por esses momentos vividos.

Momentos mágicos, em nós, ocultos.
E veremos nossos próprios vultos
Como sombras esvaecidas no poente.
E se, doentes já, não pudermos almejar a aurora...
Que antes de irmos embora
Permita-nos Deus pequenos sonhos.
Permita-nos lembranças desses dias risonhos.

Mesmo que nos chamem de loucos.
Momentos poucos, que sejam!
Permita-nos Deus o delírio ao sol poente
E a graça de vagarmos sorridentes
em seus raios rubros.
E se ficarmos mudos,
faça, então, falar o nosso olhar perdido.
Entre risos, devolva-nos o que da vida fez sentido.
E, em pleno delírio, deixe-nos simplesmente...
Vagarmos, em lembranças, pelo sol poente.
Obrigada! Como é bom estarmos juntos. Sempre!

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Modinha da Rosa



Era uma Rosa na janela.
Uma Rosa, tão, pequena...
Que na certeza dos seus sonhos...
Sempre foi Rosa serena.

Se pudesse eu rolaria.
Eu rolaria a mesma cena.
Resgataria essa menina
Mais uma vez essa pequena.

Como o vento delicado, eu voaria na janela.
Para soprar o seu vestido e chegar bem perto dela.
Tocar sua pele macia e vê-la corar toda singela.
Só para recordar o verdadeiro sentido,
do esvoaçante vestido de retalhos.
Só para dar a ela mais caminhos.
Mostrar a ela mais atalhos.

Ah... se eu pudesse!
Se eu pudesse eu rolaria, eu rolaria a mesma cena.
E a Rosa, tão pequena, eu cresceria sem mazela.
Nem se fosse para deixá-la e
nfeitando uma janela.

Essa Rosa, a pequena, cresceu toda, ainda, singela.
E quando olha no etéreo encontra, ainda muitos, traços dela.
Nesse olho que sorri e nessa fala, tão, sem trela.
É a mesma Rosa que cresceu e que, ainda, sonha na janela.

Ah... rosa Rosa, entre as flores, a mais bela!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Taiguara - Modinha

Algumas das minhas saudades.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

É primavera












Não vejo diferença entre as estações.
Esse jardim é sempre, muito, florido.
Lá, falam de amor as flores.
E na beleza das cores,
vejo pássaros perdidos.
Mesmo no inverno!

Mesmo o sol escondido,
as nuvens descortinam mostrando a claridade.
Nada assombra esse jardim.
Verdade!

Nesse jardim
não diferencio as estações.
Mas, principia a primavera.
Quem dera a menina doce e matreira...
Pudesse, de esguelha,
olhar a Rosa da janela.

E, dela, levar a bronca:
ACORDA PRA VIDA!
E ela pudesse ouvir a fala manhosa e sentida
lá... do doce castigo:
Venha caçar borboletas comigo... é
primavera...
Quem dera mãe!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

É gaúcho tchê


Existe ladrão bom no mundo.
Em Passo Fundo!
Ele poderia com o Monza azul ter ficado...
A criança ter seqüestrado...

Indignado,
argumentou a irresponsabilidade dos pais.
Reclamou, gritou muito macho:
Da próxima vez, se criança eu acho...
Eu roubo, eu mato!

E melhor que Pilatos,
ele agiu diante de um inocente.
Que Jesus seja com ele,
também, clemente.
Não é um ser totalmente ruim...
Que será, que o levou a agir assim?

Bah... Este é mais um ato de um gaúcho macho- tchê!
Leiam mais- http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2008/09/17/ult5772u824.jhtm

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Labirintos de desejos





Fabulosos apetites eróticos.
De sabores exóticos alimentam os beijos.
Os lábios famintos se movem.
Perdidos em labirintos de desejos.

sábado, 13 de setembro de 2008

O pensador e o leitor

O pensamento amedronta muita gente. Mas, é bom ter coragem de expô-lo. Sei que choca, assusta!
Os que lêem interpretam, às vezes, de maneira diferente da real intenção do pensador.
Sentimentos escritos podem gerar interpretações diversas. Sei que exponho sentimentos, gosto de colocá-los de forma limpa em minha vida.Tanto na fala, quanto na escrita.
A gramática? Regras gramaticais, colocação de pronomes, advérbios... palavras bem colocadas? Não sei! Nem sei se, eu sei usá-las bem. Não sou nenhuma escritora, nenhuma poetisa. Sou assim, escrevo assim! Sem maiores pretensões.
Sei que falo e escrevo muito. Sigo instintos e os pensamentos fluem em alegrias e angústias nestas escritas. Não fabrico poesias!
Quero falar, quero gritar e falo! E, aqui, eu grito escrevendo. Sei que, um dia, a vida me aquietará e nesse dia eu morrerei.
Sei que sábios escutam e, pouco, falam. Não sou nada sábia, não sigo regras. Sou movida a sentimentos instintivos. E se eu assusto, fazer o quê? Sou o que sou!
Não quero provar nada.
Eu moro em um lugar calmo, de paz, de brisa leve e tenho muitos amigos!
Apesar disso tudo, certas angústias sufocam, apertam o meu peito. Às vezes, eu sinto que apertam tanto... parecem ter mãos que deslizam ascendentes, sufocando a minha garganta.
Vocês nunca sentiram assim? Eu já!
Estas escritas estancaram a dor sufocante, nas mãos que se soltaram e passaram a deslizar pelo teclado da Maraláxia.
Estas escritas aliviaram meu peito, minha garganta e não permitiram que as lágrimas chegassem aos meus olhos. Não mais!
Hoje eu olho com ternura a Maraláxia, cada pessoa que por ela passa, cada comentário deixado.

Fiz amigos aqui!
Este não é um site de poesias, é um site de explosões de sentimentos.
Obrigada!

Chegada delirante

Chega exausto, esfuziante!
Os olhos despertam cintilantes, na alegria de me ver.
E no delírio da saudade quer matar toda vontade.
Sufocante de prazer!

Desejos reprimidos.
Em loucos beijos incontidos.
Roça a barba.
Faz doer!

Prefiro dor às noites sombrias.
Prefiro calor às noites frias.
O agitar que faz tremer!

E do beijo no rosto ao corpo exposto, tanto afago!
E o silêncio abafado nem reclama.
Geme juntinho, rola na cama!

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Serpente

A serpente esvaece encabulada!
Em ti não mais sobrevoam bem- te- vis.
Não tenhas medo...
Não há mais nada!

Tua tempestade ofídica termina lentamente.
Doente, rastejando.
Quero-te ofídica como fostes em vida:
Veneno destilando!

Tua casca grossa envelhece, c
ai!
Tua imagem é melancólica e triste.
Prefiro-te serpenteando!
Quero crer, que hibernas para a nova roupagem.
Quero crer, que armazenas veneno para nova destilagem.

Mas, aquietas!
Com tuas venenosas presas.
E, ilesa, perdes o sentido.
Acolho-te em meus braços.
Indefeso, agora, o veneno ofídico.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Aziz

Era um menino...
Talvez tenha sido enviado por Deus

para ser lapidado na terra.
E se, aqui, a vida encerra...
Como anjo ele foi levado a um lugar de vida eterna.
E de forma celestial isento do mal, angústias, tristezas ou dor.
Foi levado a um lugar de paz
e de muito amor!

Para ser sua mãe

talvez Deus tenha escolhido a mais forte.
Para enfrentar a morte e
, contra ela, se rebelar.
Para entender seus desígnios,
perdoar...
E, ainda, amar!
E novas vidas fazer chegar,

mesmo sofrendo!
Atendendo cada gestante como antes.

Para pai talvez Deus tenha escolhido...

o Homem mais forte!
Já havia perdido tanto...
O irmão, seu companheiro, no dia da formatura de medicina.
Em seguida a mãe, que era forte e não suportou tal morte.
O velho pai ficou triste e doente,

um outro irmão- solitário.
Talvez, Deus tenha pensado

que ele pudesse suportar
mais este calvário.

Deus escolheu, então, uma menina!
Enviou-a, lá de cima, para ser anjo nesta família

e, nela, permanecer.
Que ela, como anjo, não fizesse morrer a união familiar.
E, assim, Ele a fez partilhar de toda a dor, de todo o sofrimento!
Menina, amiga do irmão, assim ela o perdeu.

Sofreu... cresceu rápido!
Cedo virou mulher.
Menina doce, um anjo que Deus trouxe.

Para ser suave como a brisa leve.
E se a vida terrena foi
para o irmão, assim, tão breve...
Talvez,Deus tenha visto que esse anjo era muito especial.
Não havia outro igual!
Um anjo de olhos amendoados, de rosto e coração celestial.
Com a ternura que só os iguais a Ele têm direito,

sem nenhum defeito!
É... creio que foi isso, quero crer nisso!
Não dá para entender os desígnios de Deus!

Sofremos juntos!

E, hoje, partilhamos a dor dos sete anos de saudades do Aziz.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Pânico

Transborda em ansiedade a mente consciente.
Sente medo, angústia, uma sensação horrível.
Sufocante!
Como se, aproximasse algo ameaçador.
Não se sabe bem o que é.
Mas, causa dor.
Muita dor!

É preciso não ter medo do medo.
Conter a adrenalina.
E, ainda por cima, conter o coração que dispara.
Faz o corpo transpirar, ficar imobilizado.
E parado, algo o impulsiona a correr.
Sufocado, sente morrer.
Não há lugar bom para ficar.
E você corre, senão morre

... De medo!

Assim as doenças surgem,

não só por problemas de neurotransmissores.
Mas, por dores!
Advindas de situações impostas pela vida.
Situações contidas!
Perdas comuns.
Que, para alguns, passam despercebidas,
para outros tão doídas.
Um dia se manifestam e se você não tiver coragem de lutar...
Você morre!
Tamanha angústia, tamanho medo, tamanha dor.
Seja como for, não deixe se levar, nem se entregar.
O segredo:
Controlar a ansiedade e não ter medo do medo.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Schopenhauer e nós

Sei que, distante, fica aflito e sei o quanto, de certa forma, sabe ser bom. Sei que nunca cessará essa busca e, sei também, que nunca será plenamente feliz. A cada conquista haverá um novo anseio e uma nova busca.
Suas insatisfações pessoais serão eternas.
Schopenhauer chama a atenção em seus escritos, quando ele diz que é a vontade Superior que rege o macrocosmo, analogamente é a vontade inferior, do Ego, que rege o microcosmo. Esta vontade inferior é a vontade humana, sempre limitada pela percepção enganosa, não é uma faculdade que pode ser exercida livremente; ao contrário, a vontade é uma força que o homem comum não sabe controlar e fica controlado por ela. A vontade deseducada é um querer irracional movido por paixões inconscientes e sempre não saciadas. É um m
al inerente ao ser humano, fonte de dor constante pelos anseios intermitentes que são a manifestação da vontade.
Não existe satisfação durável, todo prazer é ponto de partida para novas aspirações. Portanto, viver é querer e querer é sofrer. Resumindo: viver é sofrer!
A única saída seria controlar esta vontade inferior, que é humana. Mas, como?

Renunciando aos instintos?
Não é só isso!

Envolve toda uma cultura. Como nada querer, como nada desejar, como não lutar?
Não é só ter, é sobreviver e, assim, desejar.
Nesta busca, nesta ânsia humana, quanta angústia, ausência, solidão, tristezas, saudades!
E a cada conquista ficamos mais distantes e insatisfeitos. Novos desejos, novas conquistas, novos sonhos... E humanos que somos, em condições desumanas ficamos- Insatisfeitos!
E chegará o dia, que superaremos as solicitações do mundo egoísta em que vivemos.
Não desejaremos mais nada, não sofreremos:
Morreremos!
Fique com suas vontades, eu espero!

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Vela que te quero acesa

Com velas cumprem promessas.
Na hora da pressa, iluminam a escuridão.
E, na hora da paixão,
elas são envolventes em aquecimento.

O que mantém a vela acesa
é todo um procedimento:
O pavio absorve parte da cera
e faz parte evaporar.
A vela que cumpre promessa, a vela que ilumina.
A vela que vela!
É a pura física que a faz queimar.

E, quando, ela ou você apaga...
Quando pensa que ela não serve mais pra nada...
Em algum lugar estranho ela pode estar!
Foi assim que eu fiquei sabendo, que morrendo...
Na vela você não pode confiar!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Sozinhos

Filhos não são nossos, embora eu tenha tido.
E, comigo, ficaram até aprender a andar.
Dei caminhos!
E, por eles, aprenderam a caminhar.

Tenho um marido!
Não posso dizer que é meu.
Pai de minhas filhas!
Lindas meninas ele me deu.

E acabo de dizer que não são minhas!
Apenas sou a mãe, algo divino.
Para os filhos fonte de luz e ensino.

Hoje, seguem caminhos.
E nós seguimos... sozinhos!
Ninguém é dono de ninguém!

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Minhas meninas


Tudo foge a minha existência
Quando estou longe de vocês.
Carência, talvez!
Hoje sou um fio delgado.
Fonte de dor constante.
Sinto falta de vocês!
E antes que apareçam,
sei que haverá uma partida
Nova vinda...
Nova ida...
Quero vocês comigo.
Aqui, no nosso abrigo!
Deveria renunciar aos meus instintos?
Tem algo superior, bem maior que a minha vontade.
E eu respiro...
E, assim, a tristeza expiro.
Antes ela brinca comigo, inquieta destrói.
E eu passo por estes quartos vazios...
e, como, dói!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Minhas desculpas

Alguém perguntou o porquê eu me desculpo tanto e eu pensei: se desculpas são proporcionais aos erros... Nossa!
Vivo me desculpando!
Pois é, aprendi a pedir desculpas, perdão.
Será que alguém se torna diminuto por isso?
Creio que não!
Freud talvez me explicasse.
Sabe? Certa vez, eu senti medo, muito medo.
Senti que precisava das pessoas. O tempo foi passando e elas foram chegando, chegando...

Quando percebi eu estava rodeada delas.
Fiquei feliz, muito feliz!
Com elas a minha vida virou festa.
Só que, eu observei que a maioria delas se vestia estranhamente, elas se fantasiavam, usavam máscaras e falavam muito estranho.
Inventavam histórias!
E eu jurei que eu não seria assim.
O que eu não sabia era que, desse meu jeito, eu chocaria. E foi o que aconteceu!
Passei a ser diferente com minha sinceridade.
E dentro dela, nada filtrando, pensamentos foram aflorando e saindo em forma de fala súbita. Impensada!
Fátima sem censura!
E o tempo foi passando e minha sinceridade impetuosa aumentando.
Percebi que, não usando máscaras, eu corria sério risco de ser mal interpretada, nem todos me entenderiam. Fiquei com medo, muito medo!
Não queria perder a festa da vida e nem as pessoas que dela participavam. Mas, também, não queria estar vestida como a maioria.Continuei desnuda! De fala súbita passei, então, a me desculpar.
Minha sinceridade, até ingênua, era chocante, poderia magoar quem não conhecesse.
Sabe? Eu encontrei pessoas que, além dessas máscaras, usavam óculos escuros e dificultavam o meu olhar. Mesmo assim, eu passei anos tentando. Desviavam o olhar! Senti medo, e para não perdê-las, também me desculpei.
Certa vez, uma dessas pessoas deixou cair um desses óculos e eu aproveitei e olhei-a profundamente e ela desviou tanto o olhar, tanto... que eu senti medo, muito medo!
Mesmo assim fitei-a e fiquei assustada com o que eu vi. Muito assustada!
E pedi perdão por tê-la olhado e, assim, descoberto o que aquele olhar escondia. Não queria, não podia perdê-la. E assim, meu amigo, as pessoas foram chegando, chegando... ficando, ficando...

Não vesti igual, só me desculpei.
Peço-lhe
"desculpas"
, caso não entenda.
Com o meu carinho... Sempre!

domingo, 31 de agosto de 2008

Minha querida Julie


Deu-me a sua alegria e o seu afeto
... Em simples gestos!
Do frio eu a agasalhei!
Sua fome e sede eu saciei.
Deu-me todo o seu amor.
E a sua dor eu não consegui aliviar, eu sei!
Ensinou-me a farejar o lado bom da vida.
E eu farejei
... Sem máscaras!

Com você eu vi a diferença entre os animais.
Nenhum quadrúpede maltrata, pelo simples fato de maltratar.
O homem sim, diz que ama e consegue odiar.
Que pena, como se escondem!
Não sei por que, para que, nem onde,
tantas máscaras eles encontram.
E nem desapontam com tanto fingimento.
Conseguem ser frios sem nenhum lamento.
Fingem, articulam, manipulam e maltratam!
E gratuitamente matam.
Praticam selvagerias terríveis!
Coisas incríveis eu aprendi com você minha amiga.

Seu sofrer ainda me dói, corrói por dentro.
Ainda, lamento a sua ida, sinto a sua falta!
E quando volto do trabalho...
Meu retorno vira abandono sem você.
Quem sabe, um dia, eu a encontre em outra dimensão.
Deus permita Julie!
Cansei dos falsos santos.
Não entendo os mascarados, cheios de sonhos vãos.
... Frustrados!
Não suporto desafetos.
Quero afetos verdadeiros como os seus.
Quem sabe um dia?
Em um lugar de paz.
... Sem máscaras!

Dois anos de Saudades e, ainda hoje, a sua dor dói em mim.
... Amei você!

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Amor existe sim!


E por falar em amor, eu estive bem perto dele, se soubesse eu teria ido ao seu encontro. Sim, Amor existe!
E, ainda, há quem conteste.
E eu digo que ele pode ser duradouro, acolhedor.
Alguns quilômetros a mais e eu o teria encontrado.
Eu estava perto, bem perto, em Lisboa, Fátima...
E Amor é uma freguesia de Leiria, próximo aos lugares por onde andei.
Que pena!
Viu?
Amor existe!
Lá... em Portugal.

Amor existe sim!
E eu quero crer.
E nesta crença nasci e vivi.
E se me iludi...
não sei!
O sentimento amor, quando verdadeiro, continua inteiro.
Perdura!
Apenas muda de figura, de forma.
Ele se transforma, é isso!
Olhe o carinho dos casais velhinhos.

O amor é tão complexo...
O que ocorre é que confundem com atração, paixão...
Sexo!
Amei só uma vez em minha vida.
Amei com ingenuidade adolescente.
Crente, eu pensei viver o amor em plenitude.
Passei a juventude crendo.
Passei pela faculdade sabendo
que eu era uma pessoa comprometida.
Eu havia encontrado o amor de minha vida.

Honesta, sempre, me comportei
... Estudei e casei!
Amei muito e tive duas filhas.
Lindas!

A vida foi me testando e eu continuei amando.
Ensinei a amar!
O amor mudou... m
udei seu nome.
Aprendi a perdoar.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

A morte

Ela estava lá, rondando com mãos gélidas estendidas.
Tentando encurtar a vida de quem, ainda, tem tanto a fazer.
O filho menino, com o olhar triste perdido.
Tentando entender o sentido da sonda uretral pendente.

O jovem pai doente, sorrindo.
Ainda, fazendo gracejos.
Entre abraços e beijos com a filha de colo
sem nada entender.
Iniciando a vida, sem saber o que significa morrer.

Uma mulher jovem, dois filhos, uma família maravilhosa.
Uma mãe idosa!
Caprichosa, ela ronda!
Ela não para por aí, analisa cada um.
Sonda!
Quem será o primeiro escolhido para deixar saudade.

A mãe pensativa na cadeira de rodas, com bastante idade.
Olhar angustiante, triste!
Com certeza pensando em quê a vida consiste.
Na jovem ida ou em quem estaria de partida.

Ninguém sabe!
Só ela sonda e de mãos gélidas ronda.
Ronda e judia!
A cada dia uma metástase, um foco secundário à distância.
E, nestas circunstâncias, ela ronda.
Impiedosa... sonda!

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Morada sombria

Era uma morada entre as sombras.
Mesmo entre as sombras não chegava a ser sombria.
Uma luz por pequena que fosse a iluminava.
E quem por ela passasse...
Sempre, uma luz via.

Era uma morada iluminada.
Que por entre as frestas do telhado escuro...
O céu azul o sol trazia.
E seus raios incandescentes a penetravam.
E nas manhãs quentes ardiam.

E quando chegava o anoitecer a lua aparecia.
Estrelas cintilavam!
Mas, aos poucos se apagavam.
E a morada, na madrugada escura,
ficava silenciosa e fria.
E entre sombras ela ressurgia.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Abrigo

Se tempo para tudo existe.
Não sei por que meu pensamento insiste
Em, tanto, lhe querer.

Não sei por que, tanto, se esconde.
Não consigo entender para onde
você quer tanto correr.

Se há um lugar no mundo que dá para esconder...
Meu coração existe.
Há um lugar para abrigar você.

domingo, 17 de agosto de 2008

Língua viva

A língua falada em pura linguagem...
Usada é entendida como mensagem.
Assim entende, assim escreve!
E ninguém se atreve a contestar,
que a língua é viva e pode mudar.

Tremam todos!
Lá vem a linguiça sem trema.
A língua é viva, recicla.
Eis o dilema!

Mas, se faço poema contrarregrando...
Também caíram hífens,
acentos cortando.
E nesta questão...
do trema da lingüiça não abro mão.

A língua é viva, tenho certeza.
E se a beleza está na palavra contida...
difícil é entender a escrita na vida.

Se " separado " é escrito em uma palavra só,
tenho dó de escrever " tudo junto " separado.
E com esforço danado eu tento entender
o acento do vôo que a língua fez per
der.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Anjo alado

Gostaria de ser teu anjo alado.
E do teu lado eu voaria de forma airosa.
Seria um anjo Rosa que contigo voaria.

E quando sol ardente fizesse,
ou chovesse e ventania houvesse...
Nem precisaria prece,
eu te protegeria!

Eu te carregaria se preciso fosse.

E em movimentos doces eu te levaria.
Te levaria a lugares bem distantes,
a lugares nunca idos antes.
Eu te levaria!

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Amor platônico


Meu amor não concretiza, idealiza.
Está bem distante de ser, de existir.
Com imaturidade emocional,
imagino uma relação ideal.

Subsisto a essa loucura, dizendo com doçura...
Que desejei amar-te com o meu maior desejo.
E vejo que o meu querer está bem longe.
Não sei de onde eu vim para ser assim.
Há em mim uma força inquietante
que gritante existe e insiste...
Eu não era assim!

Não diga que eu permiti que assim fosse!
Eu era doce e crente, quase adoeci, fiquei doente,
quando realidades tristes eu vi.
Chorei, me exilei, sofri!

Subsisti ao exílio, pedi auxílio ao meu interno.
Lutei e sobrevivi ao inferno a que fui submetida.
E, se o que me restou na vida, ainda, foi o bem querer.
Destruir o que sinto por ti seria morrer.

Tu não és, para mim, mais um objeto.
Em ti eu projeto o desejo louco do desejado.
O meu desejo, muito, sonhado.
Desejo de amar, de ser,
desejo de meu próprio querer.
Apaixonei-me por um desejo!

E, em ti, eu vejo o desejo de amar, que só existe em mim.
E, assim, fruto de um desejo nada físico ou carnal.
Parece algo espiritual, onde tudo é perfeito e eterno.
Longe do real e imperfeito inferno.

E, se tenho ou não o direito de assim te desejar.
De, em ti, meus sonhos projetar...
Esse é o meu jeito louco de ser, de amar.
Desejo - te em sonhos.
Deixe-me, só em sonhos, te sonhar.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Ao meu pai


Sêneca dizia:
" Viver é aprender a morrer ".
E a não estóica Fátima diria:
Viver é não morrer você.
Sabe por quê?
Eu era pequena, nem me viu crescer.
Nem sabia que a sua profissão, eu escolheria.
E durante o tempo que eu mais precisei.
Eu procurei, procurei você!
Era como se sua alma pairasse em algum lugar.
Em você eu queria me espelhar.
Tantas vezes, eu olhei para o céu tentando lhe encontrar.
E tantas vezes, eu tive a sensação de ao meu lado estar.
Quantos anos?
E em meu coração, ainda hoje, tem o seu lugar.


Descanse em paz pai.
Se puder me sentir... um beijo e até um dia.
A última vez que o beijei foi em 31 de julho, de um ano muito distante.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Flores... Flores

Reserve uma área em sua vida para jardinagem.
Escolha boas sementes e plante onde tenha boa drenagem.
Seja um bom jardineiro e cuidado com a adubagem!

No jardim da vida, algumas sementes caem.
E nem sabemos de onde elas vêm.
Pássaros trazem, e elas nascem também.

Quando digo que são provisórias...
É que as plantas são tão contraditórias!
E, assim, definitivas poderiam ser.
Tem plantas que nascem porque semeamos.
E outras nascem sem querer.
Florescem, murcham e morrem por qualquer problema.
O esquema é não deixá-las morrer!

Por querer ou sem querer, é bom vê-las florescer.
Às vezes, o nosso terreno é que é usado pelas provisórias flores.
Elas surgem, enfeitam o nosso jardim por um período de tempo.
E sem nenhum argumento, elas podem deixar de florear.
E não adianta aguar ou adubar!

Você poderá acordar e estas flores não mais encontrar.
O jardim perderá parte da beleza.
E é com tristeza que surgirá a saudade.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Meu jardim

Plantei algumas plantas em meu jardim da vida.
Floresceram!
Algumas provisórias morreram!
Outras, parasitas fixaram em meu coqueiro.
Por um período floresceram.
Lagartos apareceram!
E cheios de graça fizeram com que também morressem.
Pássaros voaram e usaram o néctar das plantas para que sobrevivessem.
Algumas plantas ficaram.
E em meu jardim se fixaram.
Sinto saudades das que foram perdidas.
Enfim, é o jardim da vida.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

O prisioneiro

Era uma vez um prisioneiro jogador.
Escolheu o jogo e a parceria.
Mas, o parceiro escolhido pelo prisioneiro...
Do jogo, nada sabia.

O jogador era medroso, talvez quisesse levar vantagem.
Nem pensou na sacanagem que fazia.
Jogou, jogou e jogou!
Ganhou uma, duas, três... muitas vezes!
A vida inteira!
E o parceiro inocente demorou a perceber o jogo
E que o prisioneiro era doente.

De tanto vê-lo jogar...
O jogo, também, aprendeu.
Não se rendeu, embora tenha ficado no mesmo cativeiro.
Libertou o jogador que, da doença, era prisioneiro.

Ficou ao seu lado.
E no jogo, nem sabia que havia sido usado.
E quando acordou, pensou, pensou, pensou...
O tempo já havia passado!
Havia sido escolhido, havia sido enganado.

Agora, era a situação inversa do jogo.
O parceiro resolveu ficar calado.
O jogo havia começado e já havia aprendido.
E o tempo, embora parecesse perdido...
Nesta parceria não houve perdas, nem perdedor.
Foram atribuídas culpas, mas nem houve um culpado.
Existiu apenas sofrimento e muita dor.
De um grande lutador- o parceiro, ao jogo enganoso, condenado.

Embora tenha chorado para aprender o jogo,
o parceiro não era bobo.
Conseguia ser feliz e ria.
Havia libertado um prisioneiro que sofria.