Li e senti certa semelhança entre A Peste de Albert Camus e Ensaio Sobre a Cegueira de José Saramago. A verdade é que, os dois envolvem uma situação caótica da população. Um, a epidemia da peste e o outro, a da cegueira, respectivamente.
Eu, particularmente, acho difícil ler Saramago, habitualmente ele não nomina personagens, nem lugares. Mas, vale a pena lê-lo, basta acompanha-lo com atenção, o que às vezes, é difícil.
Bem, a verdade é que, todos ficam cegos em Ensaio Sobre a Cegueira, exceto a " mulher do médico " (O nome? Rs...). Eles são levados a um manicômio, por ordem pública e ficam em quarentena. Ela acompanha o marido, alegando estar cega também. Lá, ela permanece, enxergando! Inicialmente ninguém sabe disso, só o marido. Ela acaba sendo luz e guia a todos. Entre tantas outras lições, o fato dela enxergar onde só há cegos é questionante.
No final, como em muitos outros pontos, me emocionei. Leiam!
A luta pela sobrevivência, o descaso de ordem publica, o ser humano em si... é algo para se pensar. Fiquei imaginando o que ocorreria, caso acontecesse algo assim. Como agiriam nossos governantes? Deixariam com que ficássemos isolados, em quarentena? E, alheios ao fato, todos cegariam também?
Ou será que já estamos em quarentena?
Interessante...
A sensação é triste, angustiante e pensante.
Senti a presença forte das mulheres nesse livro.
A luta pela sobrevivência, ali, é muito forte. Comovente!
Tem uma parte, que os homens tentam impedir que as mulheres aceitem a condição imposta, por outro pavilhão, para adquirir alimento. Eles falam em dignidade, honra!
Ah! Quanta dignidade, honra masculina. Sei lá, quanta, honra!
Com dignidade extrema, Saramago mostra a sensibilidade, a coragem , a força e a honra feminina. Mostra que a honra está além desses pensares.
Abrindo parênteses, em A Peste- de Camus, ele passa a maior parte do tempo com personagens masculinos, às mulheres são citações mais rápidas. Mas, tudo bem, a intenção, o teor pareceu-me ser o mesmo.
Sei pouquíssimo, quase nada. Mas, sei que, Saramago quis e foi muito além de minhas meras deduções. Essa noite, mal dormi! Pus-me a pensar, quero saber mais, tirar reais lições deles: Camus e Saramago- Peste e Cegueira.
Que peste é essa que cega?
Cegueira branca... É, pode ser!
Enxergando de maneira cega.
Talvez pela incompreensão político-social. De minha parte, sim.
Quanto mais tento entender, menos consigo, sei que nada sei-Fátima Socrática.
O horizonte se abre e intensa luz branca ofusca a minha visão e eu luto para enxergar melhor.
Saio da quarentena, e diretamente do manicômio da Maraláxia, diante de meus inoperantes ais, digo-lhes: Leiam!
Leiam os dois livros! E tirem suas conclusões.
É algo a se pensar, vale a pena!
Com carinho...
De uma ceguinha que luta desempestuosamente, na tentativa de enxergar melhor.
Maraláxia é um lugar divino, de pessoas com coração bom e terno. Na Maraláxia tem um templo há muito consagrado. É um templo de amor. É o nosso Templo! As postagens deste blog são de minha autoria. Quando não eu direciono a origem das mesmas. Este é um cantinho que surgiu com muito carinho. Espero que gostem e curtam comigo. É bom partilhar com vocês minhas reais loucuras. Bem- vindos!
Um comentário:
Didi, ainda não li, mas tenho em casa o Ensaio sobre a Cegueira. Vou tentar ler, mas minha mãe disse que ele é bem chatinho de entender.... depois te conto se consegui!
Beijos!
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