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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Poema póstumo



Seu olhar policiava.
Parecia invadir pensamentos.
Semeava hostilidade,cheia de rancores
e dores infundadas.

Ultimamente suas dores eram tão doídas...
Tão sofridas... tão verdadeiras...
E, bem antes de tudo isso, eu fiz tudo por querê-la.
A senhora não quis!

Passou pela vida infeliz,
entre risos e lágrimas, dramatizando.
Netos foram chegando
e nenhum, pela senhora, cativado.

Descanse...
Seus óculos não mais equilibram em seu nariz empinado.
Seu corpo dobrado, sobre as pernas fracas, não mais conspira.
Perdoe-me se a sua ausência me inspira esse poema tão triste.

Desejei amá-la como amei minha mãe.
Quis vê-la quase a sua imagem e semelhança.
Quis ter seu afago, ser também sua criança.
Suas mãos pareciam tão macias...

Descanse...
Descanse sua angústia e dor.
Uma flor e um beijo.
De alguém que poderia ter sido sua filha
Fátima

sábado, 3 de setembro de 2011

Entre o Ocidente e o Oriente


Vou deixar a porta aberta...
para que respirem um pouco de mim.
Não poderia sair, assim, sem avisar.
Vou dar uma volta...
caminhar por vielas,
andar por ruelas cheirando a pães,
doces e especiarias.
Sentir a alegria da antiga capital
dos dois maiores impérios da história.
Relembrar Tróia e também os Sultões.
Deitar no berço da arte bizantina.
Sentir-me menina,
a mais feliz do mundo!
Respirar fundo...
a arquitetura,
a música, a culinária
e a pintura.
E todas as outras formas
de expressão artística saborear
Atravessar mares... muitos mares...
Chegar a estreitos!
E, com tudo que se tem direito, descansar.
Enxaguar as mãos com água de rosas
e, de emoção, chorar.


Até a volta!





Imagem- Google images