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quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Casa de pau-a-pique


Era uma casa de pau- a- pique
Que de pique não tinha nada.
Era uma correria
Quando vinha a chuvarada.

Baldes, panelas e bacias faziam a alegria
Na casa de pau, com a moçada.
Não tinha pique!
Mas, tinha água!

Já que pique não existia.
A panela de metal emitia o som da gota d’água:
Tóc, tóc, tóc...
E o cheiro de reboque, com a chuva, exalava.

Era uma casa de pau, bambu e barro!
Casa de pau- a- pique chamada.
Mas, de pique...
Não tinha nada!

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Ensaio Sobre a Cegueira

Li e senti certa semelhança entre A Peste de Albert Camus e Ensaio Sobre a Cegueira de José Saramago. A verdade é que, os dois envolvem uma situação caótica da população. Um, a epidemia da peste e o outro, a da cegueira, respectivamente.
Eu, particularmente, acho difícil ler Saramago, habitualmente ele não nomina personagens, nem lugares. Mas, vale a pena lê-lo, basta acompanha-lo com atenção, o que às vezes, é difícil.
Bem, a verdade é que, todos ficam cegos em Ensaio Sobre a Cegueira, exceto a " mulher do médico " (O nome? Rs...). Eles são levados a um manicômio, por ordem pública e ficam em quarentena. Ela acompanha o marido, alegando estar cega também. Lá, ela permanece, enxergando! Inicialmente ninguém sabe disso, só o marido. Ela acaba sendo luz e guia a todos. Entre tantas outras lições, o fato dela enxergar onde só há cegos é questionante.
No final, como em muitos outros pontos, me emocionei. Leiam!
A luta pela sobrevivência, o descaso de ordem publica, o ser humano em si... é algo para se pensar. Fiquei imaginando o que ocorreria, caso acontecesse algo assim.
Como agiriam nossos governantes? Deixariam com que ficássemos isolados, em quarentena? E, alheios ao fato, todos cegariam também?
Ou será que já estamos em quarentena?
Interessante...

A sensação é triste, angustiante e pensante.
Senti a presença forte das mulheres nesse livro.
A luta pela sobrevivência, ali, é muito forte. C
omovente!
Tem uma parte, que os homens tentam impedir que as mulheres aceitem a condição imposta, por outro pavilhão, para adquirir alimento. Eles falam em dignidade, honra!
Ah! Quanta dignidade, honra masculina. Sei lá, quanta, honra!
Com dignidade extrema, Saramago mostra a sensibilidade, a coragem , a força e a honra feminina. Mostra que a honra está além desses pensares.
Abrindo parênteses, em A Peste- de Camus, ele passa a maior parte do tempo com personagens masculinos, às mulheres são citações mais rápidas. Mas, tudo bem, a intenção, o teor pareceu-me ser o mesmo.

Sei pouquíssimo, quase nada. Mas, sei que, Saramago quis e foi muito além de minhas meras deduções. Essa noite, mal dormi! Pus-me a pensar, quero saber mais, tirar reais lições deles: Camus e Saramago- Peste e Cegueira.
Que peste é essa que cega?
Cegueira branca... É, pode ser!
Enxergando de maneira cega.
Talvez pela incompreensão político-social. De minha parte, sim.
Quanto mais tento entender, menos consigo, sei que nada sei-Fátima Socrática.
O horizonte se abre e intensa luz branca ofusca a minha visão e eu luto para enxergar melhor.
Saio da quarentena, e diretamente do manicômio da Maraláxia, diante de meus inoperantes ais, digo-lhes: Leiam!
Leiam os dois livros! E tirem suas conclusões.
É algo a se pensar, vale a pena!
Com carinho...

De uma ceguinha que luta desempestuosamente, na tentativa de enxergar melhor.

sábado, 25 de outubro de 2008

Dia do dentista

Voar em céu de boca e tatear palatos ogivais.
Com sorrisos magistrais passear pelos dentes.
E flutuar contente pelos freios.
E se no meio encontrar diastemas... Sem problemas!
Seguir pelas arcadas

E dar belas mergulhadas em um mar salivante.
Cair fundo no assoalho de boca

E, com doçura, olhar a postura da língua.
Se colocar os dentes em uma embarcação...

Cuidado com a ancoragem!
Íntegros, tem que seguir viagem.
A amarra não pode romper,
nem se soltar.
Não podem naufragar!
Depois, sair para um balanço na comissura labial.
Passando pelo perfil e pelo frontal.


Com a higiene oral desassossegar.
Analisar os músculos zigomático, o bucinador...
Avaliar qualquer queixa ou dor.

No ângulo queixo – pescoço, uma parada!
Para descansar e dar risada.


Nesse céu não vale para-quedistas.
Nem dentistas boiando no assoalho de boca.
Coisa boa e louca é essa viagem com sabedoria.
Com alegria, o viajante aquieta o boquiaberto.
E se, preciso, faz perder o juízo(ciso).

Foi assim, sonhando, q
ue iniciei essa caminhada.
Estudei muito!

Não consegui mais parar.
Coloquei nesse finito céu, a infinita vontade de te encontrar.
Deus te interrompeu cedinho.

Fiquei à beira do caminho.
Eu segui tua viagem!
Segui por nós dois, por todos nós.
Parabéns pelo nosso dia Pai e obrigada!

Obrigada mesmo!

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Espelho, espelho meu

Meu Deus, que coisa feia!
Essas marcas que em minha face rodeia.
Será que não poderei mais olhar o espelho?

O cabelo eu disfarço!
A tintura esconde os fios dourados.
Mas, os traços t
ão marcados...

Eu envelheci!

E eu, ainda, nem cresci!
Aqui está a criança,
que não cansa de buscar.
Que fala, questiona e gosta tanto de brincar.

Que se alegra com pequenas descobertas.
Impetuosa e pela vida esperançosa.
Como se, ainda fosse o botão
a desabrochar em rosa.

Mas, quando olho o espelho...
Irônico, ele responde:
O botão está onde?

Ah... Rosa- rosa, ele resmunga.
Mostra a imagem, nele, refletida.
Uma rosa pálida, desbotada,
pelo tempo ressentida.

Foi-se o tempo do botão.
Da rosa são as pétalas.
Amassadas

... Ressequidas!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Te esperei

Esperei-te com a ânsia dos esquecidos.
Procurei-te pelas noites, madrugadas sem fim.
Perdi-te de mim.

Ah... como te procurei!
E procurando me encontrei
... Perdida!

Toquei, em mim, a ferida
... Hiperalgia!
Ouvi na solidão de meus dias
Melancólicos murmúrios.

Minh’ alma pura e desconsolada.
Sempre a procura de tudo, vaga.
Ninguém é de ninguém!
Os sonhos é que vão além... do nada!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Vulcão rosa


Rocha rosa o calor derrama.
E a vida proclama, em chamas!
Um vulcão aquecido...
Que antes de ser arrefecido
Surge em luzes e cores r
esplandecido.

Escandaliza!

E esfria como rocha magmática.
Enigmática, arredia.
Rocha temerosa, sempre casta, rosa.

Apagam, em mar de lágrimas, as lavas vulcânicas.
E a rocha rosa submerge, em águas profundas...
Salgadas... oceânicas!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

O caramujo e o cisne



Era uma vez um caramujo...
Que vivia sujo
e fazia corpo mole.
Em dias de chuva ou sol
Ele vivia enrolado em caracol.

Um dia, ele resolveu se aventurar.
Saiu pelo mundo!
Levou, com ele, a casa nas costas.
Para, do inimigo, se abrigar.

Andou pelas estradas, subiu em árvores.
Passeou em jardins, comeu flores e frutos.
Encontrou um caramujo e começou a conversar.

Gosminha pra cá, gosminha pra lá...
E foi encostando ao outro o poro genital.
Virou de costas!
Deixando exp
osta a casa no quintal.
Acabou a alegria da viagem.
Quando, de sacanagem, apareceu o sal.
Uma superdose!
E seus sonhos desintegraram por osmose.

Era uma vez um caramujo... Dois caramujos...
Muitos caramujos!
Em um lindo quintal.
E um cisne...de nome sal!

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

O profeta


"Uma mulher que carregava o filho nos braços disse:
Fala-nos dos filhos.
E ele falou:
Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma. Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos.
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles,
mas não procureis fazê-los como vós.
Porque a vida não anda para trás
e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados
como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito
e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
pois assim como ele ama a flecha que voa,
ama também o arco que permanece estável."

Do livro- O profeta de Gibran Khalil Gibran

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

O pai da noiva



Sei que as emoções não serão poucas.
Do tremular da boca às lágrimas incontidas
Sentirá na pele o teor da vida
Quando, ao altar, sua filha conduzir.
E ao tentar sorrir, eu sei que irá chorar.
Chore!

E, ao noivo, a entregue.
E se, um dia, for preciso acolha-a.
E no colo, mais uma vez, a carregue.
Sempre, será sua menina querida.

Sei que pensará na vida, nos sonhos desfeitos.
Todo pai tem o direito de se preocupar.
Ame!
Mesmo que lágrimas derramem...
Erga as mãos na hora do Pai nosso.
E se, os filhos não são nossos...
Agora, outro homem ela irá acompanhar.

Tente sorrir!
Será difícil controlar.
Então, chore... chore muito!
Todo pai tem o direito de chorar.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

A queda da bolsa

A bolsa cai!
E eu a seguro.
Procuro no escuro pertence algum.
Dano nenhum!
O batom, o brilho, o celular...
Tudo no mesmo lugar!

Louvo a Santa Polônia.
E, com parcimônia, revejo o atual tempo.
E nem lamento a queda da bolsa.
Pouco me importa!

A Inês já esteve morta em queda anterior.
Posso compor poemas do G20 aos pontos Gs.
E, mais uma vez, esse ponto aproveitar.

Por ora, não é permitido!

Tudo é contido para economizar.

Seguro a bolsa, a mala, a sacola...
Seguro o
G, vou embora.
Preciso trabalhar!

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

CAMINHANDO E CANTANDO

Um prefeito no Horizonte

Ainda sonho com um mundo mais justo e humano.
E, por sonhá-lo melhor, manifesto meu desejo indo às urnas. Algumas vezes, nossas escolhas não conferem com a da maioria. Sim, eu sei!
Mas, é importante que as façamos!
O poder é conferido ao soberano pelo povo, sendo assim...

O SOBERANO É O PRÓPRIO POVO!
Infelizmente, alguns soberanos chegam ao poder e na ânsia do mais ter, às vezes, esquecem a finalidade do posto galgado. Mesmo assim, lá vou eu!
Já dizia Tomas Hobbes: “É tendência geral de todo homem um perpétuo e irrequieto desejo de poder e mais poder que cessa só com a morte”.
Mas, eu espero que o egoísmo, a vaidade e as paixões, que são próprias desses seres, sejam controladas.
É impossível viver quando os nossos desejos, nossos sonhos chegam ao fim.
Moro em um lugar onde o próprio nome inspira sonhos e no governo anterior, parte deles, já foram realizados.
Não dá para ignorar os problemas sociais e políticos que nos cercam, de maneira que, buscamos o melhor.
E, aqui, venceu uma pessoa justa e humana.
Ao olhar o prefeito eleito, lembro de " A República de Platão"- quando ele diz que, as próprias formas de governo são vistas como reflexos das formas da alma humana. O Estado idealizado, por ele, tem a ver com a alma humana, com a justiça em si. Ele acredita no modelador de almas, no educador e pastor dos homens. Ele, ainda, diz:

"A formação da alma move o Estado e, portanto, o sentido do Estado é a educação."
Estamos salvos!
O nosso prefeito é pura alma em VIDA.

Sabemos que, não colocará o Poder de forma antagônica aos interesses do Horizonte, ele tem um compromisso ético e moral com essa terra. Ele é essa terra!
É uma boa alma, não precisou e nem precisará lançar mão de discursos vazios e nem colocará interesses particulares acima dos interesses do universo comum. Acima desse nosso Horizonte! Caminharemos, todos, juntos na realização dos sonhos dessa terra, Sr. Antonio. Tenho certeza!
Parabéns, nós já sabíamos!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

A vingança

Carneiros...
carneirinhos...

Já que,
não me fizeram dormir...


domingo, 5 de outubro de 2008

Carneirinhos meus












É preciso mesmo dormir?
A ansiedade não deixa.
A minha queixa é contra o sono.
Sinto o abandono quando deito.
E não aceito a minha cama.

Hora de dormir e e
la me chama.
O travesseiro pede que o abrace.
E que o meu cabelo o enlace.
E ele me acaricia...
No aconchego do lençol rola o meu corpo.
Ansioso por chegar o dia.

Para que dormir?

Afundo meu rosto com fúria ao travesseiro.
Se é preciso dormir...
Quero dormir boquiaberta e babá-lo inteiro.
Preciso descansar, entregar-me ao inconsciente.
E de repente vejo carneirinhos...
Um a um
... E mais um!
Dois, três, quatro, cinco, seis
... Cem!

Chega de carneiros, cabras, veados!
Raios que os partam!
Conto até cercas que eles estragam.
Pulam, procriam!
E crescem de forma desordenada...
E o sono... nada!

Nova contagem...
Pura bobagem, besteira.
Levanto com olheiras.
Carneiros?
Um milheiro!
E o sono não veio.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Ventania

Não sabia de onde vinha.
Nem como soprava, chegava!
Fazia o arrastão.
Levava lima e limão.
Desfolhava!

Com efeitos devastadores
Carregou do jardim as flores.
Derrubou o pé de romã.
Deitou ao chão as folhas da hortelã.

A salsinha e a cebolinha foram arrancadas.
E de mãos dadas sumiram em pleno choro.
Levando com elas as pequenas folhas de loro.

Sobrou a forte jaqueira.
Que, de zueira, se vangloriava de não ter fruto.
Enquanto a jabuticabeira de luto...
Despedia-se de suas bolinhas negras, que corriam a céu aberto.
E quem passasse por perto lastimava.

O vento não cessava
Violentamente soprava.
E o homem desesperado gritava por clemência.
E o vento indiferente cantava...
Dançando, de acordo com a
desumana regência.