contador

Hits Since February 12, 2007!

Free Hit Counter by Pliner.Net

Tradutor

Seguidores

domingo, 31 de janeiro de 2010

Comando do inferno

Em trevas
A vida te leva.
Desorientada.
Perturbada!

Perturbas quem está a tua volta
E a tua revolta contamina.
Tua voz vem de cima.
Como um comando do inferno.

Ao ouvir-te sinto um calafrio!
Nem um animal raivoso
Tem um coração tão maldoso.
Não, não tem!

Rebelas-te contra Deus.
Ao rebelares contra os teus próprios entes.
Hedionda criatura, possuída pelo demônio.
És tu a doente!

Um dia, também, ficarás velha, acamada.
Que tenhas tempo
Para refletires sobre a essência vivida.
Sobre o teu mal praticado.

Que Deus tenha para ti guardado
Misericórdia!
Que tenhas tempo de pedires perdão.
Só assim verei, então, a conversão do demônio.

Que Deus tenha piedade de ti!

sábado, 30 de janeiro de 2010

Soneto de fidelidade


De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure.
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama.

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinícius de Moraes

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Para você

Gostaria de escrever um poema.
Que tivesse a magia de um conto de fadas.
E que nele houvesse tamanha doçura.
Que a sua leitura flutuasse, nas nuvens, com os anjos.

Gostaria que você lesse, entendesse...
E me envolvesse
como um dos arcanjos!

Gostaria de expor meus sentimentos.
Nesse magnífico evento comemorar.
E que o poema acontecesse.
Nesse mesmo lugar!

Sei que não sou o objeto de amor perfeito...
Sou uma mulher cheia de defeitos.
Mas, com a capacidade incrível de amar.

Distancio-me da realidade.
Sou, na verdade, um ser irreal.
Dizem-me louca...
Sou loucura!

Sou a mistura de um mundo de sonhos e fantasias.
E se, escrevo-lhe hoje...
Foi porque, um dia, na data de hoje, eu o amei de verdade.
Passou o tempo, chegou à idade.

Fui louca?
Não é verdade!
Quase enlouqueci!

E escrevi-lhe os meus mais tristes poemas.
Assim posso dizê-lo.
Tive medo de perdê-lo.
Sim, eu tive!
Hoje, não tenho mais.

Um beijo
Fátima


quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Aniversário de casamento


Comemorar, hoje, o casamento.
É admitir que passou o tempo.
O terror das criaturas!

É relembrar o amor
das noites enluaradas
embebidas em ternura.

É falar de dias luminosos.
Do cantar dos pássaros.
De olhares.
Contemplação!

É dançar de rosto colado.
E voar em passos lentos.
Descompassados
com os batimentos do coração.


É falar de um tempo de sonhos.
De um lirismo sem tamanho.
De muita emoção.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Correr para esperar


Minha querida...

Escrevo e de ti eu falo.
Porque és parte da minha história.
Em minha memória teu trabalho, a tua luta.
E hoje em tua fala baixa, quase oculta, vejo o cansaço.

Em nossos braços
não descansa.
A cama que te cansa
te abraça.

Correste tanto...
Cansaste!
Como a um guindaste levantaste o nosso mundo.
Sem um segundo para descansar!

E hoje espera...
E me desespera ver a que seremos reduzidos.
Tanto correr e depois esperar não faz sentido.
Não faz!

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Haiti- garoto salvo após 8 dias

Prepare-se para chorar.

Catástrofes


Chuvas caem de maneira desordenada.
E a enxurrada leva do material além.
Vidas também!

E no Haiti tantos mortos.
Tantos órfãos!
É a chuva, a enchente, o terremoto.

Maiores ou menores, catástrofes acontecem!
Com tamanha freqüência
que, da anterior, esquece.
Tudo é assim...
Na política também!

A emoção de ver alguém sendo resgatado com vida.
O menino de braços estendidos....
Amanhã será um gesto esquecido,
em meio a tantas catástrofes.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Ricardo Reis

Comemorando a vida, lembrei-me deste poema, do grande Fernando Pessoa, escrito sob o heterônimo de Ricardo Reis:

" Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio "

Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos).

Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.


Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassossegos grandes.

Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.

Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e caricias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.

Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento —
Este momento em que sossegadamente não cremos em nada,
Pagãos inocentes da decadência.

Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.

E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim — à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Tia Anália- 94 anos







Gostaria de penetrar em seus pensamentos
Mais profundos.
E ter a sua visão do mundo,
agora!

Está quase na hora de ir embora.
E luta com a garra de um forte.

Mais uma estação...
Talvez a morte!

Como folhas que vão caindo.
Seu tônus muscular vai sumindo.
Sua perna solta ao chão.
E, mesmo assim, luta!
Por mais um verão.

Parabéns tia Anália!
Hoje comemoramos seus 94 anos.
Com muito amor!

domingo, 10 de janeiro de 2010

Incompreensão

Se eu pudesse, eu iria bem longe.
Tão longe para não mais voltar.
E desse lugar eu olharia.
Esperando você me olhar.

Tento me aproximar e se afasta.
Palavras você sabe jogar.
Machuca
e faz machucar.

Se eu pudesse, eu iria bem longe.
Tão longe...
Para poder chorar.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Furor uterino

Pobre menino, espremido na cama.
No colchão em chamas,
pela mulher é esmagado.

O ato termina.
Ela sai de cima.
Libera o coitado.

Assim é a vida da libertina perversa.
Mulher, nenhuma, para ela presta.
Uma santa de dia...
De noite vadia!

E segue...
Profana!
E esmaga o menino.
E rola na cama o furor uterino.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Merda

Diante de qualquer sujeira
Começam as explicações.
Inúmeras sugestões!

Foi só um deslize, uma crise...
Vai passar!
Calma, cuidado...
Não faça você, também, sujeira.
E nem pense na merda pisar.

Para o outro (a):

Já fez... enfrente de vez!
Lembre da história do passarinho.
Se, ainda, está quentinho...
Cale o bico!
Senão um gato você acordará.

Faça da sujeira boa adubagem.
Se a merda for de boa qualidade...
O jardim florescerá!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Rebelião da natureza

A natureza, que tanta sujeira engole, se rebela.
A mesma terra, que é aberta para abrigar os mortos,
soterra os vivos.

A natureza não leva desaforo.
E o homem, em seu indecoro,
com ela não interage.

Sempre, na ânsia do poder, do mais ter,
ele destrói.
Derruba árvores.
Florestas inteiras!
A beira de rios e oceanos ele constrói.

E se, hoje, dói...
Não tardará o dia em que ele será extinto.
E o que eu mais sinto
é que, o homem não entende!!!

Por mais tragédias que aconteçam.
Ainda, existe aquele que esquece.
Finge nada ver.
E... destrói!

Um dia, não muito distante, seremos lembrados
tais quais os dominantes no jurássico:
Era uma vez um ser chamado homem...
Ele dominou a terra, as águas.
Poluíu o ar!

Era uma vez um ser chamado homem,
que fez a natureza se rebelar.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Meu coração

Ando com o coração apertado.
Como se me fosse negado
o direito de respirar.
Dói o peito, falta o ar!

Não...
Não ando bem!
Dói em você...
Em mim também!

domingo, 3 de janeiro de 2010

Flores do campo

Quando eu nasci chamaram-me Rosa.
E as flores do campo murcharam.
Tristes, chorosas.

Eu gosto das flores do campo.
São simples.
Charmosas!

Gosto de todo tipo de flores.
Das rasteiras.
Das trepadeiras.
De todas as rosas!

Mas, as flores do campo...
Parecem comigo.
São frágeis, caipiras.
Impetuosas!