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segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Homenagem ausente

A morte chega inesperada.
E mesmo a esperada não é bem aceita.
O ser humano a rejeita de forma agressiva.
Até os suicidas quando pensam que a desejam...
Só desejam matar o que os faz morrer em vida.
Ninguém deseja morrer!

A morte incomoda e impressiona
Ao deparar-me com a morte de um ser vivido.
Observo o rosto que era alegre no inexpressivo.

E busco os braços que abraçaram
Estáticos, sobre o corpo inerte, de flores vestido.
E vejo que, muito, do que desejamos na vida...
É pura ilusão sem sentido.

E questiono esse descanso.
Se em um outro mundo ressurgiremos.
Ou se, em outro corpo, retornaremos.
De concreto, além da crença, nada sabemos!
Impossível estarmos ao nada fadados.
Tantos conceitos sedimentados, aprendidos...
Nesses momentos ficam vagos, perdidos.

Vagam no misterioso.
Na pequenez do ser humano que se diz grandioso.
E nessa partida, resta-nos a dor do ausente.
O contentar do que foi contente.
... Lembranças!

E, para quem tem fé...
A esperança que a crença traz.
Um mundo onde se vive em paz.
Um mundo sem tumores, sem quimios, sem radioterapias.
Sem dores!

Descanse...
Um dia, também, chegaremos aí
Segure a mesa, segure o chão.
Arrume um som!
Faremos a maior folia nesse lugar de paz.
Cheio de balões brancos e vinho tinto.
E brindaremos a sua coragem e a sua vontade de viver.
Um brinde a sua força!
Agora, seja lá com for...
Não haverá mais dor.
Descanse...

3 comentários:

Anônimo disse...

Tb quero um lugarzinho nessa mesa.... acho que ele vai guardar os melhores lugares pra nós duas, hein? E é claro que vai ter som, música, festa, sorrisos.... Quanta folia já fizemos todos juntos naquele sítio. Agora ele é vazio, sem cor, sem graça! Mas a dor foi grande... dele, em vida, e nossa, ao vê-lo ir embora!Que tenha ido em paz e deixado sua alegria aqui com a gente!
Beijos e saudades, Ana.

Anônimo disse...

Eu TAMBÉM quero !!
Amei o escrito.. muito lindo e a pura realidade
beeijos Nananda

Anônimo disse...

V. escreve de uma forma que me dá a certeza de que tua pena é alimentada com a tinta do teu coraçãozinho....Obrigado por esta sensibilidede imensa.
Sergio Rebouças