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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Poema póstumo



Seu olhar policiava.
Parecia invadir pensamentos.
Semeava hostilidade,cheia de rancores
e dores infundadas.

Ultimamente suas dores eram tão doídas...
Tão sofridas... tão verdadeiras...
E, bem antes de tudo isso, eu fiz tudo por querê-la.
A senhora não quis!

Passou pela vida infeliz,
entre risos e lágrimas, dramatizando.
Netos foram chegando
e nenhum, pela senhora, cativado.

Descanse...
Seus óculos não mais equilibram em seu nariz empinado.
Seu corpo dobrado, sobre as pernas fracas, não mais conspira.
Perdoe-me se a sua ausência me inspira esse poema tão triste.

Desejei amá-la como amei minha mãe.
Quis vê-la quase a sua imagem e semelhança.
Quis ter seu afago, ser também sua criança.
Suas mãos pareciam tão macias...

Descanse...
Descanse sua angústia e dor.
Uma flor e um beijo.
De alguém que poderia ter sido sua filha
Fátima

4 comentários:

tecas disse...

Que lindo, Fatinha! Apesar de reconhecer o mau temperamento da senhora,o seu poema demonstra um sentimento bem vivo por ela ao fazer-lhe esta homenagem. Há pessoas que nascem zangadas com o mundo!!!
Bjito amigo e uma flor. Já tinha saudades suas:-)

Domingos Barroso disse...

A densa transparência
de um sentimento
...

Abraço carinhoso.

Mariazita disse...

É tão triste haver pessoas que passam pela vida sempre amarguradas, sem capacidade para amar!
Seu poema é lindo, apesar de muito triste.

Que a Primavera, além das flores, lhe traga uma chuva de benções.

Beijinhos

hesseherre disse...

E eu a te recomendar cautela e recolhimento para melhor receberes esta notícia...esta tua poesia é um tremendo desabafo de uma co-existência difícil, sofrida e desencontrada...
Quem sabe não era ela o pivô destilando seu veneno por conta do ciúme doentio... causa de seus desencontros com o maridão?