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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Da inquietude do artista e da flor


Ele havia borrado folhas enormes...
Rabiscado pinturas disformes...
De cores negras!
Conforme ditava a inquietude do espírito.

Se tivesse dado maior limite aos braços...
teria imaginado pássaros.
Um riacho...
Um Horizonte!

Poderia ter usado velhas tintas guardadas.
Ter feito uma mistura de cores doidas
e delicadas
e ter pintado uma flor.

Nela, ter colocado a dor, o amor...
também a inquietude!
Ter pintado uma rosa rude,
em um rabisco selvagem.
Saindo da folhagem algumas pétalas
caindo ao chão.

Deveria ter mostrado ao mundo,
da flor, a delicadeza.
E da tristeza e da inquietude
não só os rabiscos disformes,
mas ter dado formas e ter sugerido nomes
à manchada cor.

Para, quando, em uma galeria de arte a obra fosse colocada...
Pelos mais sensíveis ela pudesse ser avaliada,
como um quadro lindo... machucado!
E, assim, sentissem a inquietude e a dor...
do artista
e da flor.


crédito da imagem- Google images

7 comentários:

hesseherre disse...

Lindo, minha amiga. Esta poesia é V. da cabeça aos pés: todos eles...
Este é o teu caminho, explore-o.
Sucesso nas lágrimas e no sangue que cai de tuas pétalas, verdadeiramente despencadas...

Sueli Gallacci disse...

Fátima, eu ameeeeeei esse poema!!!

Fiquei aqui imaginando essa flor inquieta, rude, construída com cores ora 'doidas', ora delicadas... Uma rosa despetalada que me parece não foi pintada, e sim apenas nascida na mente do artista...

Por vezes penso em pintar algo e acabo pintando outra coisa completamente diferente. Aquilo que não pintei não sai da minha mente, nunca deixa de existir, mesmo que eu nunca venha a pintá-la... Existem temas que parecem ficar aprisionados na mente do artista.


“Para, quando, em uma galeria de arte a obra fosse colocada...
Pelos mais sensíveis ela pudesse ser avaliada,
como um quadro lindo... machucado!
E, assim, sentissem a inquietude e a dor...
do artista
e da flor.”

Identifiquei-me com esse poema. Esse último verso relata um questionamento que me passa durante ao ato da criação. Sempre me pergunto se os observadores irão sentir de alguma maneira a minha mensagem.

Belo amiga, muito belo! Um super, mega, máster parabéns!!! rsrs

Um beijo enorme e boa semana!

Sueli Gallacci

Fátima disse...

Obrigada, Dr. Sérgio!

Sueli...
Esta rosa, ainda, não foi pintada...
Nenhum ARTISTA chegou perto da cor.
Parece que as tintas, todas, ficarão guardadas...
Envelhecerão juntamente com a flor.
Vi pincéis, telas enormes...
Imaginei-me uma pintura disforme,
conforme desfolhava minha alegria
e minha dor.
Confesso, seria uma tela engraçada...
Tão sensível, às vezes, tão delicada...
Rude, meio selvagem!
Gostaria que esta rosa fosse pintada...
E gostaria de vê-la em uma galeria.
Gostaria que o artista pintasse a alegria
e que pintasse, na alegria, a confusa dor.
Será que ele conseguiria?
Mesclar... e mostrar ao mundo
tão confusa cor?
Gostaria que as pessoas sentissem...
a inquietude do artista
e a inquietude da flor.

Beijos
Com carinho, por todos vocês.
rosa
de
Fátima

ALUISIO CAVALCANTE JR disse...

Querida amiga

Penso
que há palavras
que as mãos
apenas servirão
para ajudar
o coração
a escrevê-las...

Viver é sentir os sonhos
com o coração.

Álvaro Lins disse...

Parece-me que foi o melhor que li no teu blog:)!
Parabéns
Bjo

Mariazita disse...

Olá, Fátima
O artista executa a sua obra de acordo com a sua inspiração.
Uns dias pinta flores coloridas, outros o mar revolto ou noites de tempestade...
Adorei o poema. Muito bom mesmo!

Como vou entrar de férias brevemente, o post que publiquei no domingo, dia 7, é o último até meados de Setembro.
Se não nos "virmos" antes:) desejo-lhe tudo de bom durante a minha ausência.

Uma semana muito feliz. Beijinhos

Nilson Barcelli disse...

Adorei o poema.
Parece que foi escrito enquanto assistias à pintura da tela...
Querida amiga Fátima, tem um bom resto de Domingo e boa semana.
Beijo.