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sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Cinza

Certa de que, o verde era verde...
Também certa de que era uma boneca.
Pois, dela, tomava forma.
Normalmente o seu cabelo era avermelhado.
A roupa, sempre verde,
parecia um manto desabotoado.
E era embalada com doçura em minha cantiga.
Apenas uma espiga e naquele momento, eu a amava.
Ao afagar o seu ralo cabelo,
ela parecia sorrir,
mostrando parcialmente seu amarelado dente.
Ao meu lado, meu irmão brincava, também contente.
Vaquinhas feitas de manga em um piquete de palito, montadas.
Dinheirinhos de folhas, de feijão guandu, espalhadas.
Inúmeros coelhos no solo inferior do forno a lenha.
O Bob, meu cão, uma charrete e um animal.
... Outro, outro e outro natal!
Mas, antes, era o meu e o seu aniversário.
E hoje é seu aniversário!
Quantos já passaram?
Já não lembro.
Também não lembro a cor daquele dia em que o vi partir.
Acho que era cinza a última cor que eu vi.
Desta cor eu não tenho tanta certeza.
É pai ... acho que era cinza.
Nesta cor...
eu me perdi.

2 comentários:

Anônimo disse...

Lindo, tia... adorei, de verdade!
Mil beijos, de sua sobrinha e admiradora, Ana.

Fátima disse...

Claro! Admirável mundo novo.
Bem-vindos, sempre, ao meu mundo de sonhos e fantasias... e algumas pequenas ou enormes loucuras. Beijos de chocotone.
Fátivida