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segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Um dos mais belos escritos- Escrito por ANA

E ainda perguntam porque eu tenho tanto orgulho da minha vida? Porque eu tenho tudo isso:
VOCÊS, ANA!
Olhem isto, olhem! Escrito pela Ana em um dos muitos momentos de ternura e gratidão. Obrigada Ana, por todos nós.


DIA DAS MÃES

Quando se é mãe, tudo muda na vida da gente. Desde que tive filhos, eu não sou mais a mesma pessoa de antes, certamente. Com a maternidade eu me tornei melhor em todos os aspectos: mais serena, mais humana, solidária, menos egoísta, enfim, mais feliz! Parece bobagem dizer isso, mas ter um filho é realmente sentir a presença viva de Deus dentro da gente. Só quando se vive essa experiência é possível entender inteiramente seu significado.
Mas o que dizer das mulheres que não geraram filhos biológicos, não passaram por uma gestação, não esperaram ansiosamente a chegada de um bebê, não amamentaram uma criança nem passaram noites em claro, mas mesmo assim exercem a maternidade por toda a vida? Eu tenho uma tia que vive isso, todos os dias, e por ela eu tenho um respeito imenso e uma admiração maior ainda.
Eu poderia descrevê-la assim:
Mãe do meu avô, que nos deixou tão cedo. Pelas cartas que já li, ela era o porto seguro do pai que, no fundo, sabia que deixaria precocemente a família. Em uma delas, que guardo com carinho na minha memória, ele contava que ela tinha agora mais um irmão e que ele seria batizado com o nome de José Luís. Nessa mesma carta, ele fala da saudade que tinha dela e da força que ela deveria empreender nos estudos para ajudar os irmãos.
Mãe do irmão mais velho, que já se foi há alguns anos. Sinto que ela nunca se recuperou dessa perda. Mãe da sofrida família que ele deixou.
Mãe da mãe (minha querida avó, outra linda alma que Deus nos presenteou), das tias-mães (trabalhadoras abnegadas, dedicadas dia e noite à criação dos sobrinhos) e dos outro quatro irmãos. Todos sempre dependeram dela, da sua proteção, do seu amor.
Mãe de todos os sobrinhos, mãe dos sobrinhos-netos, das amigas da igreja, dos vizinhos, de uma cidade inteira...
Ontem, no dia das mães, quando falei com ela por telefone, eu chorei... chorei porque essa bonita história de vida me comove, e à medida que eu envelheço me comove mais ainda. Senti muito por ela não ter construído sua própria família, não ter gerado seus próprios filhos, não ter vivido por ela mesma nem um minuto ao longo desses setenta anos. Algumas vezes percebi que ela gostaria de ter se permitido isso. Talvez hoje ela tivesse filhos e netos, um casamento, um marido, algumas outras histórias para contar. Mas será que ela teria sido mais feliz?
Tive pena porque queria que ela vivesse a experiência que eu vivi e vivo a cada segundo, e que todas as mães sabem qual é. A magia de se apaixonar perdidamente por aquele pequeno ser que acaba de surgir e por ele dar a sua vida desde o primeiro momento. A maravilha de não saber onde aquele amor começou mas ter a certeza de que ele nunca terá fim.
Quando mais tarde eu parei para pensar, vi que talvez eu tenha me enganado. Acho que a missão de Deus para ela era muito maior. Ela é mãe no sentido mais amplo e mais valioso ainda; uma tarefa que só é possível a uma alma grande e generosa como ela é. Ser mãe de todos nós! E sentir por cada um de seus filhos adotivos, esse amor incondicional e infinito.
Queria ter dito isso a ela, a essa minha tia querida, mas eu não consegui. Queria ter falado do meu amor por elas todas, por aquela casa, aquela rua... queria ter lembrado da minha infância, das minhas férias ao lado delas, dos meus primos.... é uma pena que tudo tenha sido tão rápido! Queria ter dito que me alegro ao ver meus filhos naquele quintal, mesmo que tão poucas vezes. Queria ter ouvido histórias da infância do meu pai, dos meus tios e avós. Mas a emoção não permitiu! Acima de tudo, queria ter anunciado a todos que pudessem me ouvir que ontem o dia foi dela também. Dela e de todas as grandes mulheres, quase santas, que fizeram da vida um exercício incessante de amor e doação!

Ana.
Brasília, maio/2009.

7 comentários:

Anônimo disse...

Tia, estou muito feliz em participar do Maraláxia. Me emocionei ao ler meu texto escrito aqui. Obrigada!!!!!! Beijos a vcs todas com muitas saudades!
Ana.

Fátima disse...

É minha sobrinha mesmo!
Você escreve, você fica emocionada.Eu também sou assim!
Como dizia a vovó Rosa- A gente toca e a gente mesmo dança.
E viva o nosso baile!
Se eu morrer amanhã já terá valido a pena. Sabe por quê?
Pela participação de vocês aqui, comigo, nesse cantinho, no mundo de magia da Maraláxia.
Obrigada.
Com carinho
Didiláxia

Anônimo disse...

Prima Ana e Tia "Solange Margareth", parabéns pela homenagem a nossa tia e pelo Blog. Mas não consegui apenas ler,... posso escrever?...

A razão da nossa existência é uma questão fundamental que a filosofia tenta compreender, ainda sem sucesso. Observando nossa tia, mais pelo que faz e nem tanto pelo que verbaliza, há indícios de que a mesma esteja prestes a desvendar este mistério, mesmo que em seu inconsciente, para insônia de muitos filósofos.
Numa breve tentativa de homenageá-la, rascunhei alguns dizeres mas percebi que a linguagem humana não oferece subsídios suficientes para que pudesse descrevê-la em sua plenitude. Lancei mão de termos como “altruísmo”, “abnegação”, “amor ao próximo”, “ser superior” mas, ainda assim, não fiquei satisfeito. Não tenho autoridade celestial para santificá-la, mas se fosse investido desta função, pensaria seriamente no assunto.
Acredito que o Criador não a contemplou com a maternidade biológica por 2 motivos: (1º) a maternidade agrega um amor que, como qualquer amor, traz, em sua essência, um certo egoísmo, situação que não se harmoniza com a pessoa em questão; (2º) o Criador prometeu um retorno e, por sinal, já está atrasado; ao retornar, como da primeira vez, poderá adotar alguém, especial como Maria, para ser sua mãe; trata-se de uma reserva especial!

Com muito carinho, para Ela.
Paulo

Fátima disse...

MEU DEUS, ANA E PAULO, MEU DEUS!
Calam-me, diante da imensidão do sentimento escrito. Realmente é tudo isso e, muito mais! Só pecou em uma coisa, ninguém é perfeito. Rs Rs
- A escolha inicial do meu nome -
" Solange Margareth". Sorte que, o Santo Sebastião batizou-me da forma mais poética possível, homenageando a amada e a santa que, segundo ele, fez-me viver. Graças a Deus!
... E viva a Cidócaaaaaa

Anônimo disse...

Gente, mas esse blog tá bombando.... super animado, vários comentários, poemas, dizeres, etc.... tô achando muito legal!Somos uma família de escritores que ainda não foi descoberta. Paulo, parabéns! Vc faz parte da nossa família, claro, da família de ninguém mais ninguém menos que SOLANGE MARGARETH!
Beijos a todos!
Ana.

Anônimo disse...

Me emocionei...que lindo Ana
Lis

Anônimo disse...

POIS É! CHOREI QUANDO LÍ LÁ (LILÁ!!!)
NA FONTE, MOSTRADA PELO "MANOZÉ", CHOREI QUANDO LÍ NA MARALÁXIA PELA 1ª VÊZ E ME EMOCIONO NOVAMENTE AGORA QUANDO NOVAMENTE LEIO. SENTIMENTO PURO, PURA MAGIA NA VERDADE PURA, OBRA PRIMA DE RECONHECIMENTO E AFETO, VERDADEIRA "PORTA-VOZ" DE NÓS TODOS!!!
MANOTÓ