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terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Anã branca.


Anã branca

Ser logo uma anã branca.
São necessários “muitos anos”.
Que eu viva muita alegria.
Ou muitos desenganos.
Mas que Deus permita-me.
Viver e assim morrer.
Quando anã branca tornar-me.
Meus “planetas”, asteróides ou cometas.
Sairão de suas órbitas, seus lugares.
Começarão a colidir.
Só porque resolvi explodir.
Não quero ser uma nebulosa.
Só de pensar fico nervosa.
Alguns cometas sobreviverão.
Se eu morrer do coração.
Viver sem o seu “sol”.
Ah não!
Eu não conseguiria.
Eu morreria sem mim.
Se eu brilho assim!
Sou uma estrela, sou sol.
Ficar “muitos anos” brilhando.
Radiante, muito brilhante.
Planetas em torno de mim.
Gravitando, girando.
E eu radiante brilhando.
Emitindo minha luz e energia.
Muita alegria!
Preciso continuar assim.
E quando chegar o inevitável fim.
Possa eu ser uma anã branca.
E por que não?
Aquecer o material expulso.
O meu corpo inerte perdido.
Emitir minha fosforescência.
Para que lembrem de mim.
De minha transparência.
E que ela seja captada.
Pelo telescópio humano.
O infravermelho.
E que possam olhar no espelho.
Assim como eu consigo.
Não tenho medo do meu reflexo.
Mesmo que eu deixe perplexo.
Acredito que na minha vida,
Foi o que tive de mais bonito.
Ter sido uma luz transparente.
Inocente!
Deixo-me então, se preciso.
Deixo minha luz!
Que ela não parta comigo.
Que captem minha luminosidade,
Quando eu for saudade.

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